Descrição de chapéu Obituário Roger Avanzi (1922 - 2018)

Mortes: Mestre do circo, viveu palhaço Picolino por 60 anos

Avanzi, que nasceu dentro do circo, herdou personagem do pai

Fernanda Canofre
São Paulo

Em 1955, o Circo Nerino já havia percorrido muitas estradas Brasil afora. O fundador, Nerino Avanzi, decidiu que, depois de quatro décadas, era hora de parar. Passou o Palhaço Picolino ao filho, que viveria o personagem por mais 60 anos. 
 
Roger nasceu dentro do circo, em São José do Rio Preto, vindo de uma linhagem de artistas circenses. O pai, filho de imigrantes italianos, que trabalhavam em uma companhia de ópera, nasceu debaixo de um palco, num teatro com teto de zinco, em São Paulo. A mãe, trapezista francesa, era a quinta geração vivendo do espetáculo e chegou ao Brasil com um grupo de saltimbancos. 
 
Com um ano de vida, o menino estreou no picadeiro, numa comédia. Foi acrobata, equilibrista, trapezista, fez sucesso com um número de cavalos treinados, foi ator e cantor. Até chegar à pós-graduação da vida no circo e, aos 33 anos, virar Picolino. 

Um dos mais importantes personagens da história do circo no Brasil, ele fez de Roger um mestre da arte. No fim dos anos 1970, ele passou a ensinar na Academia Piolin, em São Paulo, onde foi mentor de artistas como Fernando Sampaio e Domingos Montagner. 
 
Ainda no circo, Roger conheceu Ana. Nascida no mesmo dia, mesmo mês e mesmo ano que ele, ela era acrobata do Circo Garcia. Os dois tiveram três filhos e viveram juntos por 70 anos.  
 
Roger morreu no Dia do Palhaço, na segunda (10), aos 96 anos, após ter falência múltipla de órgãos. O “príncipe do circo” deixou a esposa Ana, duas filhas (o filho morreu em 1995), dois netos e um bisneto.
 
“Sempre achei meu pai era eterno porque ele foi muito intenso em tudo o que fez”, diz a filha Ronita. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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