Na casa dos Nogueiras, em Rolândia, no interior do Paraná, quem chegava, vez e outra era surpreendido com apresentações das seis crianças da casa. A mãe, Elzidia, os preparava para recitar versos e cantar. Meire, 8, era a mais confortável com o palco.
“Ela nasceu para ser artista. Se a gente demorasse um pouco para entrar, perdia a vez”, lembra a irmã Maria Eliza.
Aos 18, visitando parentes em São Paulo, Meire resolveu se inscrever para um concurso de beleza. Ganhou o título de “Miss Inverno” e um emprego na TV Record.
Começou como garota-propaganda de produtos como liquidificadores (que um dia ela ligou sem fechar a tampa) e aspiradores de pós (um sugou a saia de uma colega). Logo, estreou na Tupi com dos primeiros programas infantis do país, o “Meire, Meire, Queridinha”.
Foi nos bastidores da televisão que ela conheceu o ator Carlos Zara. O casamento reuniu uma multidão no entorno da Igreja Nossa Senhora do Carmo, na capital paulista. Depois dele, Meire conheceu Alberto Trabulsi, empresário. Ela ainda foi casada mais duas vezes: com o fazendeiro Carlos Consoni e com o juiz José Ruy Borges Pereira.
Os dois filhos, Fernando (filho de Zara) e André (filho de Trabulsi), ela criou sozinha. Mas, o relacionamento maior da sua vida foi com o rádio e a TV. Em quase seis décadas, passou por Record, Tupi, Rede Manchete, SBT, RedeTV e Rede Vida. Em Curitiba, trabalhou na Paraná Educativa, Evangelizar e TV Iguaçu.
Em 1995, depois de um tempo afastada, voltou com um programa voltado ao público da terceira idade: “Tempo de Viver”. “Retorno para acolher outra fatia de público que a mídia insiste em ignorar”, disse à Folha na época.
No dia 5 de dezembro, Meire morreu em decorrência de um tumor no cérebro, aos 80 anos. Deixou os dois filhos e o canal no Youtube que tinha começado este ano.
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