Descrição de chapéu Agora

Posto de saúde é inaugurado por Covas em São Paulo mas ainda sem opção de consulta

Funcionários de unidade aberta no dia 28 de novembro orientam pacientes a voltar em janeiro

São Paulo

O prefeito Bruno Covas (PSDB) inaugurou no dia 28 de novembro a UBS (Unidade Básica de Saúde) Vila Ema, no Belenzinho (zona leste), mas a unidade não está agendando consultas. Nesta quinta-feira (6), havia dois clínicos gerais no posto de saúde, que atendiam apenas emergências.

“A população lutava há muitos anos por essa UBS, que vai desafogar outras unidades aqui da Vila Prudente. Era uma obra que estava parada quando assumimos a Prefeitura no ano passado. Retomamos e agora podemos entregar”, disse o prefeito, na ocasião, quando a gestão disse que a unidade contava com seis médicos.

Não foi o que a dona de casa Ana Lúcia Alves, 70 anos, encontrou nesta quinta-feira. Ela esteve no posto para retirar medicamentos e tentar marcar uma consulta com um clínico. Saiu com os remédios, mas sem o agendamento. 

Ana Lúcia Alves na UBS Vila Ema, que foi inaugurada em 28 de novembro, mas não está marcando consultas
Ana Lúcia Alves na UBS Vila Ema, que foi inaugurada em 28 de novembro, mas não está marcando consultas - Robson Ventura/Folhapress

“Fui orientada a voltar em janeiro”, disse. A aposentada Irene Rocha, 58 anos, que já sofreu quatro AVCs, recebeu a mesma informação. Ela procurou o posto porque precisa de atendimento com clínico, ginecologista e neurologista.

Esta é a segunda UBS inaugurada pela gestão Covas em intervalo de seis dias. Na terça-feira (4), o jornal Agora esteve na UBS Interativa, em Parada de Taipas (zona norte). Não havia médicos nem agendamento.

A reportagem esteve na quinta-feira (6) na UBS Vila Ema. Só havia enfermeiros. Como a unidade funciona no modelo ESF (Estratégia Saúde da Família), para agendar consulta é necessário ter feito o cadastramento com os agentes comunitários de saúde.

Segundo a atendente, a marcação de consultas será liberada em janeiro. Este é o prazo que a UBS estabeleceu para cadastrar as famílias que estão na área de atendimento da unidade. No total, a UBS Vila Ema, administrada pela organização social SPDM, deverá atender 26 mil pessoas, segundo a prefeitura.

PROBLEMAS

Em 2017, a construção da UBS Vila Ema passou por alguns obstáculos até ser finalizada. No mês de abril, as obras chegaram a ser paralisadas por falta de dinheiro.

Dois meses depois, em junho, uma vistoria feita por um engenheiro civil da Prefeitura de São Paulo apontou falhas na estrutura do prédio. Segundo o laudo emitido à época, a maioria das vigas de concreto do andar térreo e superior apresentava trincas e deformações nas laterais. Quatro pilares também estavam deformados, tortos e rachados.

Na ocasião, a Guerrero Construtora, responsável pelas obras, contestou o laudo da prefeitura e negou a existência dos problemas levantados. Em julho de 2017, a Secretaria Municipal da Saúde fez nova vistoria nas obras da UBS Vila Ema e concluiu que a situação não comprometia a estrutura da obra. A construção e os equipamentos da unidade custaram R$ 4,1 milhões.

CADASTRO

A Secretaria Municipal da Saúde afirmou por meio de nota que a UBS Vila Ema atende pelo modelo ESF (Estratégia Saúde da Família), com seis equipes. 

“Ao longo das primeiras semanas, os agentes comunitários de saúde estão cadastrando os pacientes e organizando as áreas de cobertura. Caso identifiquem necessidade de avaliação médica ou consulta, os agentes encaminham os pacientes para atendimento médico”, afirmou. A prefeitura disse ainda que o agendamento de consultas está aberto, diferentemente do que o Agora constatou nesta quinta-feira.

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