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Substitutos de cubanos optam por áreas de SP mais próximas do centro

Na capital paulista, 50 de 70 inscritos no Mais Médicos compareceram à Secretaria da Saúde

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São Paulo | Agora

Parte dos 78 profissionais que vão substituir os cubanos no programa Mais Médicos na capital escolheram nesta segunda (3) os postos de saúde onde desejam trabalhar. A proximidade com a região central foi o principal quesito usado pelos profissionais que foram à Secretaria Municipal da Saúde fazer a opção.

Segundo a prefeitura, sob a gestão de Bruno Covas (PSDB), só 50 dos 78 médicos já chamados foram escolher as vagas disponíveis, a maioria nos extremos da capital. Desses, 48 já definiram onde vão trabalhar. Bairros como Cidade Tiradentes e Parelheiros, por exemplo, não foram escolhidos.

A preferência seguiu a ordem de inscrição no programa. Allan Mesquita Brito, 30 anos, foi o primeiro e optou pela UBS Santa Cecília (região central). “O valor da bolsa [R$ 11 mil] é interessante. Na verdade, vim para ver se existiria alguma vaga mais perto da minha casa. É mais fácil ir para o centro do que para outras regiões”, disse ele, que pretende morar na Vila Clementino (zona sul).

A 13ª na lista de chamada foi a primeira a escolher uma das 31 vagas disponíveis na zona sul (acabaram restando 18 na região, sem interessados).

Médicos procuram na lista unidades de saúde nas quais poderão trabalhar em São Paulo
Médicos procuram na lista unidades de saúde nas quais poderão trabalhar em São Paulo - Robson Ventura/Folhapress

Aline Marques Ribeiro optou pela UBS Jardim Manacá, no Capão Redondo. Segundo ela, por já morar no sul. “Moro no Jabaquara. Das opções que vi, era a mais próxima. Não conheço pessoalmente a região [do Capão Redondo], mas gostei por ser perto, um lugar com a qual sou mais familiarizada. Vai dar uns 45 minutos.”

Enquanto escolhiam vagas, médicos ouviam conselhos de funcionários da secretaria e, principalmente, consultavam o Google Maps por meio do celular. O aplicativo servia para calcular o tempo estimado até o trabalho.

Além dos brasileiros, um médico é colombiano e sete são bolivianos. Uma das bolivianas é Vianca Ledezma, 29 anos, que optou pela UBS Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera (zona leste). “Vi a carência dos pacientes. Acho que o SUS é incrível, porque a pessoa tem o privilégio de ter a saúde gratuita.”

Coordenadora da Atenção à Saúde, Edjane Torreão disse que nem todos os cubanos que participaram do Mais Médicos eram, de fato, médicos. “Esperamos [mudanças], uma vez que esses médicos têm CRM [registro] e estão habilitados pelo nosso conselho federal e regional como médicos”, disse. Indagada se os cubanos não eram médicos, a coordenadora respondeu “não”. “Nem todos tinham CRM”.

 

Como apenas 48 dos 78 médicos selecionados já escolheram onde pretendem trabalhar, ainda há 30 vagas a serem preenchidas. São 11 na zona leste, 18 na zona sul e 1 na zona norte. Os profissionais que ainda não compareceram à Secretaria Municipal da Saúde têm até o dia 14 para se apresentar. Caso os postos restantes não sejam ocupados, será necessário aguardar novo edital do Ministério da Saúde.

A médica Gemma Paola Sobral Paes, 26 anos, viveu um dilema nesta segunda (3) ao definir onde pretende trabalhar. De Salvador (BA), ela foi a 12ª chamada a escolher uma vaga, a primeira a optar pela zona leste de São Paulo. Porém, acabou trocando posteriormente pela UBS Parque Anhanguera (zona norte).

Formada há dois anos, Gemma vive em Pinheiros (zona oeste), mas pretendia se mudar para a Vila Carrão (zona leste), onde dividiria um apartamento com amigas. Daí a opção pela UBS Vila Progresso, no Itaim Paulista (zona leste da capital).

No fim, após checar todas as possibilidades, optou pela UBS da zona norte, mais próxima de onde vive atualmente. “Consigo chegar mais rápido de carro. É mais fácil.”

A vaga na Vila Progresso ficou com um médico que era o sétimo na lista, mas chegou atrasado após vir de ônibus de Brasília (DF) e acabou por último.

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