Grupos de brigadistas e voluntários atuam desde o início da tarde desta sexta-feira (25) no resgate e amparo das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho.
Pelo menos dois grupos de brigadistas civis, que costuma atuar no combate a incêndios no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, seguiram para Brumadinho logo no início da tragédia e percorreram a região em busca de sobreviventes.
Um dos grupos atuou no resgate da família de Kelly Rodrigues Trindade, que saiu de casa às pressas e ficou ilhada junto com os pais e três sobrinhas pequenas no alto de um morro.
Ela conta que foi avisada do rompimento da barragem por uma vizinha pelo telefone. Ao sair de casa, viu uma grande poeira e uma onda de lama passar a cerca de 100 metros da residência: “Na hora só pensei em correr junto com as meninas”, diz Kelly.
Após horas de espera em cima do morro, a família foi encontrada pela brigadista Christiane Moreira e resgatada com ajuda de outros voluntários.
Christiane conta que os brigadistas enfrentaram grande dificuldade para acessar o local perto do acidente. “Quando a lama chegava no alto da coxa, a perna paralisava. Impedia qualquer movimento”, diz.
Outros grupos de voluntários ajudaram no amparo às famílias que ficaram desabrigadas ou estão com parentes desaparecidos.
A produtora de eventos Flávia Simão improvisou um abrigo em uma escola da rede pública municipal de ensino para acolher os desalojados logo após o rompimento da barragem.
A mobilização ocorreu por meio de redes sociais. Em pouco tempo, colchões, água e comida foram encaminhados ao local.
No início da noite, após passarem toda a tarde no local, a Vale encaminhou 16 desabrigados para algumas pousadas da região.
Gente sem ter para aonde ir chega a todo instante na escola Carmela Caruso Aluotto, localizado no bairro de Casa Branca.
“Grande parte do pessoal foi levado, mas está chegando gente o tempo todo. Precisamos de uma ambulância aqui”, afirma.
O centro comunitário de Brumadinho, no centro da cidade, também tornou-se o principal ponto de encontro e apoio às famílias de mortos, feridos e desaparecidos com o acidente da barragem.
Alimentado por um gerador, é um dos poucos pontos da cidade onde há energia elétrica na cidade na noite desta sexta-feira (25). Água mineral, lanches e quentinhas foram distribuídas por equipes da Vale.
Colaboraram João Valadares e João Pedro Pitombo
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