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Com cachoeira e trilhas, cidades de MT são alternativas a Bonito no Pantanal

Rosário Oeste e Nobres são alguns dos locais que ganharam atenção por suas belezas

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Rodrigo Vargas
Cuiabá

Uma antiga fazenda de gado em Rosário Oeste (a 145 km de Cuiabá) tornou-se nos últimos anos um destino concorrido entre os amantes de trilhas, natureza e aventura em Mato Grosso.

O motivo é a cachoeira da Serra Azul, que despenca de quase 50 metros de altura para formar um lago cristalino, circundado pela vegetação nativa do cerrado e majestosos paredões de arenito. O limite é de cem pessoas por dia. Somente no ano passado, mais de 18 mil turistas conheceram de perto o principal atrativo do Sesc Serra Azul, um parque ambiental em fase de implantação em uma área de 4.600 hectares --o equivalente a 29 Ibirapueras. O passeio foi aberto pelo Sesc em 2015.

Para chegar até lá, porém, é preciso vencer um teste de resistência: uma escadaria com 470 degraus, mais da metade deles encravada em um íngreme pé de serra. O esforço vale pelo cenário praticamente intocado, que inclui até mesmo uma pequena fonte natural de águas termais, bem ao lado da queda principal. Quem quiser poupar os joelhos na volta pode descer a serra em uma tirolesa de 700 metros, na qual é possível atingir até 60 km/h.

Outra opção já disponível para os turistas é uma rede de trilhas suspensas para a prática de arvorismo. Em breve, serão abertos ao público o cicloturismo e a exploração de quatro cavernas já mapeadas dentro do complexo."O parque está sendo estruturado para atender todos os públicos", explica o analista administrativo Nelson Alves.

As visitas são todas com a companhia de guias e seguindo protocolos de segurança que, para muitos viajantes experientes, podem parecer um tanto exagerados: o banho no lago, por exemplo, não é permitido sem coletes salva-vidas, por exemplo.

Antes de ser adquirida pelo Sesc, em 2012, a área que abriga a cachoeira e os outros atrativos pertencia a um grande pecuarista de região.

Foi dele a iniciativa de construir a escadaria, que então servia apenas para facilitar o acesso de amigos e familiares —basicamente, os únicos frequentadores.

O despertar para a vocação da área se deu ao mesmo tempo em que toda a região dos municípios de Rosário Oeste e Nobres passou a ganhar atenção por suas belezas naturais, que incluem cânions, serras e rios de águas cristalinas, de tonalidade azulada.

Sob o slogan "Mais do que Bonito", em uma alusão à capital do ecoturismo no vizinho Mato Grosso do Sul, a 1.000 km dali, a região recebeu investimentos públicos e privados que tentam explorar o seu potencial.

Com acesso por rodovias asfaltadas a partir de Cuiabá, o distrito de Bom Jardim (Nobres) é o ponto de hospedagem mais próximo e estruturado para conhecer as belezas da região. Dali, são cerca de 10 quilômetros em uma estrada de terra em boas condições até a porteira que dá acesso ao Sesc Serra Azul. Todos os dias, quatro grupos de até 25 pessoas são formados para a subida à cachoeira, onde é possível permanecer por até 50 minutos.

A subida da escadaria, sendo 270 degraus serra acima e 200 serra abaixo, é concluída em cerca de 15 minutos e, especialmente na primeira parte, exige algumas paradas para recobrar o fôlego.

À estrutura original foram adicionados corrimãos e cordas, que ajudam na subida e amenizam o risco de quedas.

Para ampliar a acessibilidade, o projeto prevê que seja instalada no local uma plataforma para permitir o acesso de cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção.

"O desenho da estrutura está pronto, mas, como se trata de uma área de preservação, a implantação ainda depende de licenciamento ambiental", explica o administrador.

Segundo ele, ainda neste ano devem ser disponibilizadas duas trilhas para o cicloturismo, rotas para passeios de jipe e quadriciclos, além de roteiros para observação da fauna local —que inclui espécies ameaçadas, como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e tatu-canastra.

Os preços para acessar a cachoeira vão de R$ 25 (para moradores e crianças de até dez anos) a R$ 125 com passeio que inclui arvorismo, tirolesa e flutuação na lagoa com colete e snorkel para observar peixes. Mais informações estão disponíveis no site www.sescpantanal.com.br.

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