Com futuro incerto, Inhotim reabre na sexta (1º) em busca de apoios para sobrevida

Parque não foi afetado diretamente pela tragédia, mas funcionários estão abalados com acontecimento

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São Paulo

Fechado desde a última sexta-feira (25) devido à tragédia em Brumadinho, o Instituto Inhotim, que fica a poucos quilômetros da barragem rompida, marcou para o primeiro dia de fevereiro a sua reabertura. O parque não foi afetado diretamente pelo mar de lama, mas 80% de seus funcionários foram de alguma maneira afetados ou porque perderam parentes, amigos, as próprias casas ou porque moravam na área.

​Segundo Antonio Grassi,  diretor-executivo da instalação, que tem um dos maiores acervos de arte contemporânea do mundo, vários comitês para analisar os impactos da fatalidade no funcionamento do parque foram montados, assim como uma estrutura para dar apoio emocional aos funcionários.

"Inhotim tem um papel muito importante em aspectos socioeducativos para Brumadinho e toda a região. Estamos ainda analisando os efeitos sociais, ambientais e econômicos da tragédia para ter uma estratégia de conseguir e dar apoios, desenvolver projetos e alternativas para ajudar a cidade e para manter o parque."

O complexo é o principal atrativo turístico da área, movimentando pousadas, hotéis, restaurantes e comércio. 

O maior problema para a instalação neste momento é o impacto emocional. "A maior parte dos nossos funcionários tem familiares ou amigos na lista de pessoas mortas ou desaparecidas. Dar suporte a eles é nossa prioridade no momento", diz o diretor.

Embora vá reabrir os portões para visitação, ainda não está totalmente resolvida a forma de funcionamento do complexo.

"É muito importante mantermos nossas atividades porque somos impulsionadores do desenvolvimento de toda a região. Como vamos funcionar, ainda não é certo, mas sabemos que vamos ter um papel fundamental na recuperação da cidade [Brumadinho] nos próximos anos", declara Grassi.

Ainda de acordo com o diretor, muitas entidades parceiras têm demonstrado solidariedade e oferecido ajuda. "Temos de arranjar fôlego para mostrar que estamos vivos." 

A administração do parque ainda não faz projeção de possíveis prejuízos com a fuga de visitantes --cerca de 350 mil pessoas por ano--, nem fala em buscar responsáveis por suas perdas. 

"A contabilidade da paralisação ainda está sendo feita, mas não chegamos ainda a discutir a questão."

Em 2018, o parque já havia sofrido transtornos por causa do surto de febre amarela em MG. 

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