Governadores aliados usam discursos de posse para reforçar apoio a Bolsonaro

Doria, Witzel e Ratinho Júnior defenderam reformas anunciadas pelo presidente

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São Paulo, Rio de Janeiro , Curitiba , Salvador , Porto Alegre e Recife

Governadores aliados de Jair Bolsonaro (PSL) usaram trechos de seus discursos de posse para reforçar apoio às medidas anunciadas pelo presidente, principalmente, na área econômica. 

Entre os acenos mais contundentes, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), citou a reforma da Previdência, privatizações e manutenção da reforma trabalhista como pautas políticas que terão apoio de seu governo. 

"Vamos sim apoiar iniciativas de Jair Bolsonaro", disse, acrescentando que não torcerá pelo pior. "Se Jair Bolsonaro for um grande presidente, será bom para o Brasil e os brasileiros".

Doria tocou em outro tema onipresente na campanha de Bolsonaro, a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. O governador paulista defendeu a mudança constitucional e prometeu o fim do que chamou de "saidinhas" de presídios, em referência às liberações temporárias em feriados prolongados. 

​Em mais uma demonstração de apoio a Bolsonaro, Doria disse que irá "ajudar o PSDB a estar sintonizado com o novo Brasil". O governador recém-empossado estremeceu suas relações com os líderes do partido durante a corrida eleitoral ao declarar apoio a Bolsonaro em detrimento à campanha de Geraldo Alckmin, que acabou derrotado nas urnas. 

Doria também defendeu não ter apego ao passado e disse que mudará as práticas no Palácio dos Bandeirantes, sem citar nominalmente o padrinho político. "Não espere aquilo que foi feito aqui no Palácio", disse Doria sobre seu futuro governo.​

A linha dura na segurança pública e o apoio às reformas tributária e previdenciária reverberam também no discurso de Wilson Witzel (PSC), no Palácio Guanabara. O governador eleito após entrar na disputa eleitoral com 1% das intenções de voto exaltou o "momento histórico de renovação na política" logo nas primeiras frases de seu discurso de posse. 

O tom nacionalista esteve presente também nas palavras do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), apesar de não ter mencionado o presidente em seu pronunciamento. O paranaense afirmou que o Brasil vive um momento de “ruptura política” e que é preciso “aposentar os velhos dilemas ideológicos”.

Menções críticas

A crítica mais direta a Bolsonaro veio do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e mirou a liberação de armas defendida pelo presidente. “Não posso concordar na distribuição de armas como se isso fosse a solução. A arma é necessária para aqueles que cumprem a função do Estado. Mesmo esses, que são treinados, ainda são surpreendidos pelos criminosos.”

Outros governadores se posicionaram de forma crítica a Bolsonaro, mas de forma mais branda. Em seu discurso de posse, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), não chegou a citar Bolsonaro nominalmente, mas fez referência crítica à agenda econômica do presidente. "Ao contrário do que dizem por aí, a social-democracia não morreu, ela vai estar viva e forte no Rio Grande para construir um estado altivo e ativo", disse. 

No fim, Leite citou uma frase do ex-presidente americano Barack Obama, rival político do presidente Donald Trump, que tem apoio de Bolsonaro. "O cargo mais importante não é de presidente ou de governador, é de cidadão."

Opositor do presidente, o governador reeleito de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), também se posicionou durante seu discurso de posse. “O amor ao Brasil não é monopólio de nenhum brasileiro, ocupar as ruas em defesa da democracia também é uma forma de amar o Brasil.” 

Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, falou sobre "a lógica do conflito pelo conflito como exercício ideológico para o exercício do poder".

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