Descrição de chapéu Obituário Celia Augusta Teixeira Marques (1926 - 2018)

Mortes: Do Telecurso ao Rá-tim-bum, pedagoga ajudou a colocar educação na TV

Diretora pedagógica na TV Cultura, Célia Marques ajudou a pensar programas históricos

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São Paulo

Em 1990, estreava na TV Cultura um programa cheio de cores e quadros, na sala de uma família de classe média. Falava de ecologia, português e matemática, histórias e curiosidades. Era o Rá-Tim-Bum. Uma das memórias que mais voltavam à Celia Marques nos últimos meses de 2018. 

Diretora do departamento de educação da TV, Celia ajudou a elaborar o programa junto com a xará, Célia Regina Ferreira Santos. O nome foi ideia de Edu Lobo, num almoço com as duas e Fernando Meirelles, que seria o diretor da atração. 

O Rá-Tim-Bum foi mais um capítulo numa vida dedicada à educação. Percebendo a carência de crianças de escolas públicas em fase de pré-escola, Celia achou que a TV poderia ajudar. Foi assim também quando começou com os telecursos, anos antes, para ajudar quem não tinha dinheiro ou tempo para estudar. 

Nascida em Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo, Celia foi uma criança séria, que preferia ler do que brincar. Aos 26 anos, ganhou uma bolsa para estudar nos Estados Unidos. 

De volta ao Brasil, trabalhou na divisão de ensino da editora Abril e participou da elaboração das cartilhas do projeto Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), criado pelo governo militar. 

Na mesma época, quando foi comprar um carro novo, conheceu Lúcio Toledo Malta, que seria seu companheiro a vida toda, até a morte dele, em 2000. 
 
“[Educação] era a vida dela, ela vivia para isso, os programas que ela comandou, ela fazia com muito amor. Ela pensava nos outros, mais que nela mesma”, conta a amiga Neyza Furgler. 

Celia morreu no dia 16 de dezembro, de falência de múltiplos órgãos, aos 92 anos. Deixou três sobrinhos, Marcelo, Márcio e Ana Luiza, e um legado de educação, que segue no ar na TV. 

“Foi um exemplo de tolerância, é um orgulho ser sobrinha dela por tanta coisa boa que ela deixou”, diz Ana Luiza. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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