Descrição de chapéu Obituário Moacir Parra (1946 - 2019)

Mortes: Pediatra atendia comunidade de Heliópolis até em sua casa

Médico nunca deixou o bairro, apesar de crescimento na carreira

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São Paulo

Passar no vestibular de uma faculdade e carreira renomadas como medicina na Escola Paulista (Unifesp), é, por si só, algo bastante promissor na vida de um jovem. Para alguém de origens humildes, no entanto, o vislumbre de um futuro melhor é ainda mais estimado.

Moacir Parra era filho de um casal simples e morava havia cerca de seis décadas em Heliópolis, comunidade na zona sul de São Paulo.

O pediatra Moacir Parra, morto em tentativa de roubo dentro de sua casa
O pediatra Moacir Parra, morto em tentativa de roubo dentro de sua casa ORG XMIT: CwNwKS7hTFWhDKzEXH91 - Reprodução/Facebook

Ao concluir os estudos de medicina em 1972, especializou-se em pediatria, ramo dedicado ao atendimento infantil, e teve uma clínica na cidade vizinha, de São Caetano do Sul. De fato, melhorou de vida.

Nunca, contudo, deixou a comunidade. Depois que os pais morreram, reformou e ampliou a casa. "Foi uma escolha de vida", diz o colega de turma Clóvis Constantino, também pediatra, que o descreve como "muito afável".

O médico era muito querido, segundo vizinhos. "Mesmo aposentado, ele atendia às pessoas da região da favela Heliópolis. Quem não tinha dinheiro, ele consultava de graça", diz uma amiga próxima.

De acordo com Constantino, "todo mundo sabia da característica humanitária dele". "As pessoas que precisavam com urgência o procuravam na casa dele, à noite, e ele atendia de boa vontade", afirma o colega, que o revia periodicamente nos encontros da turma de 1972.

Para o clínico-geral e infectologista Paulo ​Olzon, também da mesma turma, Moacir era uma pessoa identificada com a figura de prestador de serviço do médico. "A opção que ele fez foi a de atender as pessoas que mais precisam, os mais pobres. É um exemplo para muitos médicos que estão se formando hoje em dia."

O pediatra morreu no último dia 16, aos 72, vítima de um latrocínio dentro de casa, em Heliópolis, bairro ao qual foi sempre tão prestativo.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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