Descrição de chapéu Obituário Maria de Nazareth Meirelles (1936 - 2019)

Mortes: Pesquisadora, se tornou referência nos estudos sobre doença de Chagas

Maria conseguiu conciliar a carreira prolífica com a vida de mãe de sete filhos

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São Paulo

Um certo final de semana, Maria de Nazareth Meirelles se programou para coletar ouriços do mar para mais uma pesquisa que estava conduzindo. Com sete crianças em casa, ela e o marido, Marcio, colocaram todos dentro do carro e foram à Angra dos Reis para trabalhar. Enfrentaram chuva forte, mas voltaram para casa com o material de pesquisa em mãos. 

A história, que o marido lembra anos depois, mostra um pouco como foram os 59 anos de casamento dos dois. Ele, médico, ela, professora e pesquisadora prolífica, formada em História Natural, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 

“Eu acompanhava com muito carinho [o trabalho dela], porque desde que nos casamos, tínhamos um entendimento que ambos precisavam ter condições de desenvolver sua profissão. Então, colaborávamos muito”, conta ele. 

O casal se conheceu em um grupo de jovens católicos dentro da universidade. Se formaram juntos em 1958, cada um no seu curso, e um ano depois, se casaram nos Estados Unidos, onde ele fazia residência. Foi lá que começaram a família. 

Nazareth nasceu em Belém do Pará, a segunda de seis filhos. Perdeu o pai quando tinha dois anos, foi criada pelo padrasto, um comerciante, que acabou levando a família ao Rio, onde ela fez a vida. 

Quando voltou do exterior, passou a dar aulas na rede municipal. Em 1972, depois de ter passado no concurso para a Fundação Oswaldo Cruz, começou a fazer a pós-graduação. Desenvolveu o setor de microscopia eletrônica e passou a pesquisar a biologia celular. Seu estudo mais importante é sobre a interrelação entre o agente da doença de Chagas e a célula hospedeira. 

Nazareth morreu aos 83 anos, em decorrência de uma pneumonia, no dia 19 de janeiro. Ela tinha sido diagnosticada com Alzheimer alguns anos antes. Deixou o marido, oito netos, genros, noras e sete filhos. 

“Dizem que ela teve mais que sete, porque os orientandos a consideravam como mãe. Ela foi uma pessoa muito generosa”, diz a filha Virginia. 


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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