Desde que descobriu o gosto por correr, o ritmo de vida do paraibano José Morais da Silva Filho nunca mais foi o mesmo. Sempre muito ativo, ele percebeu a prática como algo essencial para sua rotina diária e um meio de provar a si mesmo de que poderia superar-se sempre. Ele passou a realizar treinos diários e utilizar a corrida até mesmo para o lazer no fim de semana. Com o tempo foi aumentando as distâncias e diminuiu o tempo dos percursos.
O atleta era conhecido pelos familiares e amigos como José Ray, abreviação de Raimundo —nome que a mãe escolhera para o filho, mas que o pai resolveu não usar no momento de registrá-lo. Ele nasceu num sítio na pequena cidade de Coremas (PB), e viveu na região rural com os pais e os irmãos até os 20 anos, quando resolveu migrar para São Paulo para estudar e trabalhar. Apesar de não ter mais saído da capital paulista, nunca deixou de lado suas origens e era comum voltar para visitar os familiares.
“Ele era brincalhão e sorria facilmente, via prazer nas coisas simples da vida”, lembra o amigo de várias corridas Marcos Viana Pinguim.
"O José gostava muito de correr nas ruas de São Paulo e praticar competições de longa distância." Pinguim afirma que um grande sonho realizado pelo amigo foi participar e completar uma super mega ultramaratona, de cerca de 217 km.
No dia 25 de novembro José Ray acordou cedo e foi para a Praça da Independência, no Ipiranga. Se aqueceu, tirou uma selfie com os amigos do grupo de corrida do Sesc 24 de Maio onde treinava e partiu para mais uma corrida de 10,5 km. Desta vez, porém, não cruzou a linha de chegada.
Ele morreu aos 50 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Deixa a mãe, irmãos e o filho Jonatas.
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