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Gestão Covas fecha piscinas de CEUs para reforma em período de férias de verão

Pelo menos 19 unidades estão com equipamentos fechados ao público, maioria na zona leste

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São Paulo | Agora

Em pleno período de férias de verão, ao menos 19 dos 46 CEUs (Centros Educacionais Unificados) da Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), estão com as piscinas públicas fechadas para reformas.

No forte calor deste mês, a temperatura nesta segunda (14) na capital chegou aos 33 graus. 

A maioria das piscinas interditadas para uso da população está localizada na zona leste da capital. Entre nove CEUs que integram a lista, por exemplo, estão São Mateus, Sapopemba, São Rafael e Água Azul, o último centrado na Cidade Tiradentes.  O levantamento foi realizado pelo Agora pessoalmente em algumas unidades ou por telefone.

“O maior calor que está fazendo, tudo abafado, e as piscinas fechadas. E olha que já tem uns meses isso”, reclama Raoni Oliveira da Silva, 25, que trabalha com tecelagem e mora no Jardim da Conquista. Ele frequenta o CEU São Mateus.

Silva costuma ir ao local público com o filho Kauê, 4, principalmente nos fins de semana. “Sem a piscina, o jeito é tomar banho de mangueira em casa”, diz o morador da zona leste.

A mesma indignação é da comerciante Rita Aparecida de Moraes, 47, moradora no mesmo bairro. “Com certeza a piscina faz falta. A molecada está em férias e quer dar um mergulho na piscina neste calor. O que é bem diferente de ficar em uma quadra.”

Mãe de dois jovens, Rita Aparecida reclama ainda que até o movimento em seu comércio caiu. “As crianças sempre paravam aqui para tomar um sorvete. Agora, até isso diminuiu”, diz.

Com duas crianças pequenas, Murillo, 6, e Marcelo, 2, a dona de casa Dilmara Oliveira dos Santos, 27, sabe muito bem a falta que as três piscinas interditadas fazem nesta época de férias escolares no verão.

“Nossa, com esse calor, quem não queria se refrescar. A gente adora ir lá”, diz, desanimada, embaixo de um sol escaldante.

A queixa é a mesma da mãe dela, Divanete da Silva Oliveira, 52, que afirma já ter praticado aulas de hidroginástica no local.

“O complicado é que escolheram para reformar as piscinas bem no verão e nas férias da garotada”, afirma a avó de Murillo e Marcelo.

No CEU São Mateus, por volta das 13h desta segunda-feira, dois funcionários da empresa contratada estavam embaixo de uma tenda. Ao lado de uma das três piscinas, pisos em caixas amontoadas, junto de monte de areia, para serem colocadas na área externa do conjunto aquático.

Do lado de fora, uma placa da prefeitura informa que o prazo de manutenção das piscinas terá 120 dias. Porém, não diz quando foi iniciada. O custo da obra é de R$ 1,4 milhão.

Outro lado

A Secretaria Municipal de Educação, sob gestão Covas, informou, por nota, que no ano passado iniciou o programa Reforma Escola. A iniciativa prevê a recuperação de 186 estruturas físicas, entre CEUs e prédios escolares, que “não passavam por manutenções preventivas havia cinco anos”. O investimento é de R$ 93,4 milhões.

Segundo a prefeitura, ao contrário do que afirmou a reportagem, a primeira fase do programa está em curso desde maio de 2018 com intervenções nas piscinas que apresentavam problemas ou estavam interditadas total ou parcialmente, além de ações nas unidades que necessitavam de manutenção urgente. Ainda segundo a pasta, os reparos são importantes para não expor crianças a risco.

A prefeitura disse que os 46 CEUs estão abertos neste verão para outras atividades de lazer da população. E afirmou que, no início de 2017, “a atual gestão herdou todas as obras na área de educação paradas”.

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