Protesto contra tarifa de transporte acaba em vandalismo em São Paulo

Agências bancárias na rua Bela Cintra e na avenida Paulista tiveram as vidraças quebradas

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Policial contém manifestante após atos de vandalismo em SP
Policial contém manifestante após atos de vandalismo em SP - Danilo Verpa/Folhapress
São Paulo

Manifestação do Movimento Passe Livre contra o aumento da tarifa do transporte publico terminou em vandalismo na região da avenida Paulista, na noite desta quinta-feira (10).

Duas agências bancárias da Caixa Econômica, na rua Bela Cintra e na avenida Paulista, tiveram as vidraças quebradas pelos manifestantes. Os vidros de uma agência do banco Itaú na avenida Paulista também foram depredados.

Uma caçamba de lixo foi revirada na rua Bela Cintra e muitos sacos de lixo ficaram espalhados pela via.

As depredações provocaram correria de carros de polícia na Paulista, o que assustou pessoas que andavam pela via. Era cerca de 21h30 e a avenida estava movimentada.

Na confusão dois ônibus pararam no trânsito e fecharam o cruzamento na rua Augusta, o que impediu os carros da polícia de seguirem.

Cerca de 20 policiais, então, desceram dos veículos com as armas em punho e correram entre os carros.

O ato, que começou às 17h no Theatro Municipal, já havia se dispersado na esquina das ruas da Consolação e Fernando Albuquerque quando as depredações começaram.

Líderes do movimento queriam terminar a manifestação na praça do Ciclista, na Paulista, mas o comando da PM fez um cordão de isolamento e impediu o protesto de seguir até o fim da Consolação e entrar na Paulista. 

Em jogral, manifestantes prometeram que, em represália, irão começar o próximo protesto contra a alta da tarifa na Praça do Ciclista.

De acordo com o MPL, 20 mil pessoas fizeram parte da manifestação. A PM estimou em 100 o número de manifestantes no início do ato.

"Estamos aqui para dizer que não vamos aceitar esse aumento”, disse uma das líderes do MPL Sofia Sales. Para o movimento, o aumento da passagem foi uma decisão política e não técnica. “O salário mínimo não acompanhou o mesmo índice”, afirmou Sofia para explicar o ponto de vista.

No fim do ano passado, o prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou o aumento da tarifa do transporte municipal de R$ 4 para R$ 4,30. 

No início deste ano foi a vez do governador João Doria (PSDB) determinar o mesmo reajuste para a passagem nos trens da CPTM e do metrô.

De acordo com a prefeitura, o índice de aumento, de 7,5%, ficou acima da inflação registrada em 2018, de 3,5%, devido ao congelamento da tarifa nos dois anos anteriores. 

Em 2016, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) aumentou a passagem de R$ 3 para R$ 3,20 o que não absorveu a inflação no período, segundo a atual gestão tucana. 

Pela primeira vez, a PM designou oficiais mediadores para fazer a comunicação com os líderes do ato. São três oficiais do 7º Batalhão de Polícia Militar, que cuida da área central onde o ato está sendo organizado. Eles usam coletes azuis com a inscrição “mediador” nas costas.

“É uma inovação do comando da PM com o intuito de salvaguardar os manifestantes e nossos homens”, disse o tenente da PM Crúvel Clemente, que lidera o trio de mediadores.

O tenente tentou convencer integrantes do MPL a pedir aos manifestantes para deixarem as bandeiras e informarem o itinerário antes de saírem da concentração em frente ao Teatro Municipal. O movimento se negou a abrir mão das bandeiras. “As hastes de plástico viram objetos cortantes quando quebradas e podem ferir”, disse o tenente.

Em relação ao itinerário, os mediadores determinaram a praça Roosevelt como destino final do ato, o que não foi aceito pelo movimento que queria chegar até a Paulista.

A negociação, porém, não teve prosseguimento quando o ato chegou na metade da Consolação, após o cemitério. Oficiais da PM e do Batalhão de Choque se perfilaram e impediram os manifestantes de seguir, dispersando assim o grupo. 

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