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Bicicletários da linha 5-lilás seguem fechados no metrô de SP

Estações têm lugar para estacionar bikes, mas a concessionária ainda não liberou espaços

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São Paulo | Agora

Mesmo depois de entregar suas últimas três estações em setembro, a concessionária ViaMobilidade ainda não abriu os bicicletários da linha 5-lilás do metrô. Passados quase cinco meses, os ciclistas ainda não têm onde colocar suas bikes em sete paradas da zona sul que têm espaço construído para isso.

Os lugares reservados aos bicicletários estão prontos, com portas e placas de sinalização, o que deixa os ciclistas ainda mais intrigados sobre os motivos que levam a concessionária a mantê-los fechados. “Acho que tem um descaso histórico. Se estamos trabalhando com edificações novas, adaptadas aos novos tempos, não poderia ter essa demora para abrir um bicicletário”, afirma o advogado Heitor Ozawa, 36 anos.

​Ozawa mora na Aclimação e trabalha na região da estação Santa Cruz. Ele costumava pedalar até o serviço e deixar a bicicleta em um shopping vizinho, mas desistiu por causa das dificuldades para chegar até o bicicletário do centro comercial, muito acima do nível da rua. “Tinha que pegar um elevador, bem no horário em que se abastecia as lojas”, fala. “Seria uma boa ter o bicicletário no metrô, porque tem fácil acesso para a rua.”

O urbanista Lucian De Paula, 29, trabalha na Vila Clementino e aguarda a abertura do bicicletário da estação Hospital São Paulo, uma das três entregues em setembro. “Tem o bicicletário, mas não está operante. A lei municipal diz que espaços públicos deveriam ter. O metrô foi construído assim, com o espaço reservado, mas a concessionária não abre. Fica um negócio trancado, sem ninguém operando”, diz.

O cicloativista Willian Cruz, do site Vá de Bike, diz que as estações deveriam ter sido abertas já com os bicicletários em pleno funcionamento. “É preciso estimular as pessoas a chegar de bicicleta aos terminais de transporte, porque isso traria economia para elas”, diz.

O próprio Metrô, à época sob a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em 2017, fechou os bicicletários que mantinha em estações como Vila Madalena (zona oeste), na linha 2-verde, Santa Cecília (centro), na linha 3-vermelha, e Paraíso (zona sul), na linha 1-azul.

No lugar dos espaços reservados para bicicleta, com vigilância, foram instalados paraciclos. Os paraciclos não contam com vigilantes e o próprio usuário é responsável pela segurança, devendo manter a bike presa com cadeado. Na época, o Metrô disse que havia substituído bicicletários por paraciclos em função da demanda de usuários, economizando R$ 1,4 milhões ao ano.

Reportagem mostrou na ocasião que o bicicletário da estação Santa Cecília tinha até mais interessados em deixar a bicicleta do que vagas disponíveis.

A concessionária ViaMobilidade, responsável pela linha 5-lilás, diz que recebeu os espaços destinados aos bicicletários das estações Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin, Eucaliptos, Moema, Hospital São Paulo e Santa Cruz, e está finalizando a contratação para adequação dos locais ao serviço. “O modelo operacional também está em fase de conclusão e a previsão é iniciar o funcionamento em abril. Nessas sete estações serão ao todo 484 vagas para bicicletas”, afirma.

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