O prefeito Bruno Covas (PSDB) evitou a imprensa na manhã desta terça-feira (19), um dia depois de a subsecretaria de Receita Municipal assumir erro na emissão do IPTU deste ano.
A entrevista estava prevista para ocorrer logo após a reunião mensal com os vereadores na Câmara Municipal, mas ele foi embora do prédio pelo elevador privativo sem passar pelos jornalistas que o aguardavam no lado de fora da sala de reuniões.
A assessoria de imprensa afirmou que a reunião acabou atrasada e que ele não poderia falar com os jornalistas porque se atrasaria para o próximo compromisso. A reunião acabou às 12h35 e a próxima agenda do prefeito estava marcada às 14h30.
Aos vereadores, entre outros assuntos, Covas disse que ainda está estudando a falha na cobrança do IPTU deste ano ao ser questionado sobre o assunto.
A Folha apurou que o vereador Mario Covas Neto (Podemos) o questionou durante a reunião sobre o desrespeito ao teto de aumento de 10% ao ano previsto em lei. Cerca de 90 mil imóveis tiveram aumento de até 50% no imposto neste ano.
O prefeito foi vago na resposta e disse que se tratava de legislação. A assessora de imprensa que o acompanhava avaliou que era melhor o prefeito não dar entrevista e foram embora.
Em entrevista à Folha, o subsecretário de Receita Municipal, Pedro Ivo Gandra, admitiu falha no cálculo do IPTU neste ano. Segundo ele, o erro fez com que cerca de 90 mil imóveis tivessem se beneficiado de descontos indevidos no imposto ao menos desde 2016. Com isso, a prefeitura estuda aplicar aumentos retroativos para compensar o desconto indevido.
Lei de 2014, porém, fixa em 10% o limite de aumento do imposto ao ano, o que não foi respeitado pela administração. “Se errou, perde o crédito”, disse o vereador José Police Neto (PSD), que irá entrar com requerimento para abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o reajuste do IPTU em São Paulo. “Está muito confusa essa história de dizer que errou, mas não como errou e sem reparar o erro”, completou.
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