Descrição de chapéu Obituário Carlos Amadeu Botelho Byington (1933 - 2019)

Mortes: Autêntico, médico trocou a cardiologia pela psicanálise

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Prestes a concluir a especialização em cardiologia, o médico paulistano Carlos Byington sonhou que ao operar o coração de uma pessoa encontrava uma cabeça. O sonho o fez perceber de forma mais clara que os males do corpo estavam ligados aos males da alma, por isso, desistiu de cuidar de corações para cuidar de mentes. Foi estudar psiquiatria e psicanálise.

Nos anos 1960 o jovem embarcou para Zurique, na Suiça, para conhecer o trabalho de Carl  Gustav  Jung. Chegou a ter contato com o próprio Jung e foi aluno uma de suas principais assistentes. Na volta ao Brasil, fundou com outros colegas a Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica. 

Carlos Byington e Maria Helena Guerra na abertura da mostra do Mestre Didi aqui no Museu Afro Brasil - Mastrangelo Reino/Folhapress

Descendente de uma família americana que atuava da indústria à produção leiteira, ele ouviu do pai que escolhera a única área com a qual não poderia trabalhar nos negócios familiares. A decisão, no entanto, não foi à toa. O jovem queria trilhar seu caminho. 

Alto, de voz grave e imponente, era comum vê-lo cantarolando óperas —sabia várias de cor. O bigode branco o ajudou a convencer muitas crianças de que Papai Noel existe —ele adotava o personagem todos os natais.

Também passava tempo contando histórias aos netos."Ele tinha muitos bonecos, de todos os tipos, e contava grandes narrativas épicas usando bichos de pelúcia. Gostava de personificar", lembra o neto Gregório Duvivier.

Carlos Byington era muito sensível à arte e foi um grande influenciador dos filhos e netos que ingressaram na área. Fez questão de assistir todas as peças de Duvivier. 

Independente do trabalho, gostava muito de ouvir as pessoas —vivia atrasado por conta das longas conversas. 

Ele morreu no dia 11 de fevereiro, aos 85 anos, por complicações de um câncer. Deixa a mulher, Maria Helena Guerra, quatro filhas, sete netos e cinco bisnetos.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.