Um dos 63 detidos no estado de São Paulo na megaoperação contra pedofilia desta quinta-feira (28) foi um estudante da USP (Universidade de São Paulo).
O jovem, que não teve a identidade divulgada, foi retirado de uma das salas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) sob um forte esquema de segurança, na manhã desta quinta.
Segundo a assessoria de imprensa da USP, “policiais civis uniformizados e fortemente armados entraram em salas de aula para buscar um aluno acusado de crime potencialmente grave que choca a comunidade”, informou a universidade por meio de nota.
A USP questionou a forma como a prisão ocorreu. “Chocou-nos a desproporcionalidade entre os fins e os meios do procedimento policial”. De acordo com a universidade, a chegada dos policiais interrompeu as aulas. “Para quê mobilizar duas dezenas de policiais uniformizados e com uso de metralhadoras para prender o acusado nos prédios da USP?”.
“Não vamos aceitar calados que a imagem da FFLCH-USP e a autonomia desta instituição sejam violados por ações injustificáveis. O mais do que necessário combate à criminalidade não pode justificar a agressão às instituições universitárias”, disse a universidade.
O delegado-geral da Polícia Civil de SP, Ruy Ferraz Fontes, afirmou que as providências cabíveis serão adotadas caso a ação dos agentes na USP seja considerada abusiva. Ele diz, no entanto, que pelos dados apurados até o momento não há indícios de exageros. “Eles utilizaram a força necessária para conter o indivíduo, que não reagiu e não necessitou um esforço maior. Nosso objetivo era prender o indivíduo e preservar a prova, que era o seu celular”, afirmou.
A operação nesta quinta foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e prendeu ao menos 137 suspeitos em flagrante nos 26 estados e no Distrito Federal, além de ter cumprido ao menos 266 mandados de busca e apreensão de conteúdos digitais ilícitos.
Cerca de 1.500 policiais cumpriram os mandados autorizados pela Justiça. A ação integra a 4ª fase da operação "Luz na Infância". Nas três primeiras etapas, 405 pessoas foram detidas.
"A gente manda um recado claro: esse tipo de crime não pode ser tolerado", disse o ministro da Justiça, Sergio Moro. "Esse tipo de crime merece o repúdio e a atenção específica das autoridades policiais e do ministério da Justiça e Segurança Pública", acrescentou o ministro.
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