Após falhas em lotes, governo suspende distribuição de autoteste de HIV no SUS

Projeto-piloto inédito iniciado neste ano em 14 cidades foi interrompido depois de Anvisa detectar imprecisão no diagnóstico

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Brasília

O Ministério da Saúde decidiu suspender, temporariamente, a distribuição de kits de autoteste de HIV que vinha sendo feita desde janeiro no SUS.

Até então, a distribuição dos kits ocorria por meio de um projeto-piloto inédito iniciado neste ano em 14 cidades. O objetivo era aumentar o número de ferramentas de apoio ao diagnóstico do HIV.

Falhas identificadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as quais impediam a interpretação dos resultados do teste, no entanto, levaram o ministério a orientar aos municípios que suspendam o uso dos kits. 

O problema foi identificado em ao menos dois lotes do autoteste Action, produzido pela empresa Orange Life. Nesta sexta (1º), a Anvisa determinou a suspensão da fabricação de novos kits pela empresa e o recolhimento dos dois lotes do produto.

Ao todo, o ministério adquiriu 98 lotes com cerca de 400 mil kits de autoteste para serem distribuídos no SUS. A previsão agora é que amostras dos demais lotes sigam para análise para verificar se a oferta pode ser retomada.


Segundo a Anvisa, as investigações iniciaram após diversos relatos do Ministério da Saúde sobre testes com resultado inválido, o que obrigava a realização de novos exames. 

Em geral, o teste é feito com uma pequena quantidade de sangue, a qual é colocada em um dispositivo. O diagnóstico é feito por meio do surgimento de uma ou mais linhas de controle, em modelo semelhante a testes de gravidez.

Neste caso, porém, a maioria dos testes vinha demonstrando a ausência da linha, o que impedia a interpretação dos resultados. Análise feita pelo INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) em um dos lotes confirmou o problema.

Com isso, a agência decidiu determinar, por prevenção, a suspensão da fabricação do produto e o recolhimento dos lotes 183AHI1023UK e 183AHI1024UK. As medidas foram publicadas no Diário Oficial da União desta sexta-feira (1º). 

A Folha ligou e deixou recados para a empresa Orange Life para comentar o caso, mas não obteve retorno.
A distribuição dos kits ocorria nas cidades do Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Manaus, São Paulo, Campinas, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo.

Em nota, o ministério orienta quem fizer o autoteste que observe a linha de controle. Caso esteja ausente, o que torna o teste inválido, a orientação é procurar a unidade de saúde para realizar outra alternativa de diagnóstico rápido.

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