Foi numa viagem à Bahia que Brunão conheceu o "catuçaí". Uma amiga apresentou a mistura de catuaba e açaí e inspirou o mineiro e um amigo a investirem na bebida.
O começo foi lento: venderam dois copos em duas semanas. Ninguém queria se arriscar a experimentar a novidade.
O negócio estourou mesmo no Carnaval de rua de Belo Horizonte, em 2014. O êxito motivou Brunão a ampliar a operação, trazer novidades e fazer novas misturas. Separou-se do sócio, Fernando, mas mantiveram o bom relacionamento.
Em 2016, o catuçaí já era figura carimbada nos blocos da capital mineira, aparecendo nos jornais, na TV e na mão de muitos foliões. Ficou conhecido como "o drink do amor".
Apaixonado por gente e por festa, Brunão atendia sempre com um sorriso largo no rosto. Seu filho, Rórion, acredita que esse era o segredo do seu sucesso. "Dava para ver que, além de estar lá trabalhando, também era um grande amigo", conta.
Na entressafra dos Carnavais, continuava oferecendo o produto em festas e eventos belo-horizontinos.
Em 2017, foi visitar os filhos, que moram em Londres, e ficou por seis meses. Trabalhou como zelador no estádio de Wembley e sempre vinha para casa com algo diferente.
"Ele achava absurdo que produtos bons fossem parar no lixo e pedia para levar sacos plásticos, luvas e outras coisas. Já faz dois anos e a gente ainda tem algumas das tranqueiras que ele trouxe", ri o filho.
Brunão sonhava em expandir o negócio para a Inglaterra e planejava montar uma operação lá dentro de dois anos.
Não deu tempo. Morreu na sexta-feira (15), aos 47 anos, após um ataque cardíaco. Deixa dois filhos e uma multidão de amigos.
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