Descrição de chapéu Obituário Paulo Piratininga Sampaio Pinto (1933 - 2019)

Mortes: Criminalista, defendia de ricos a desprovidos

Antes de advogar, entrou para a Aeronáutica e também foi locutor de rádio

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O nome de Paulo Piratininga foi homenagem dos pais, diretor de colégio e professora, à Revolução Constitucionalista de 1932 —movimento paulista para derrubar Getúlio Vargas. O menino recebeu a primeira alcunha da capital, quando ainda era povoado nos anos do descobrimento: São Paulo de Piratininga.

Não por gosto pessoal, ele entrou para a Aeronáutica ao se alistar na maioridade. Depois, foi ser locutor de rádio, acompanhando a irmã jornalista. Só aí conseguiu cursar direito, na Pontifícia Universidade Católica, e se formar advogado —profissão com a qual sonhara e para que tinha tino. 

O advogado criminalista Paulo Piratininga com a mulher, Lygia
O advogado criminalista Paulo Piratininga com a mulher, Lygia - Arquivo Pessoal

Trabalhou no Tribunal de Contas e bateu ponto como delegado de polícia, antes de fazer carreira na advocacia criminal, função que exerceu até os 80 anos.

Defendia dos endinheirados aos desprovidos. De bancos e produtores rurais até liberar um sujeito ao ver sua prisão arbitrária na delegacia. "Ele nunca foi apegado ao dinheiro, fazia pelo prazer. Advogou muito de forma gratuita", conta o filho, Paulo Jr.

Nos últimos dez anos, defendeu todos os funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Paulo também foi membro do Tribunal de Ética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e participou de bancas do antigo exame oral da Ordem. "Ele tinha 110% de correção, lisura, transparência", diz o filho.

Fora do trabalho, ou estava na casa de praia da família, em Ubatuba, onde gostava de nadar, ou cuidando do pomar no sítio que mantinha em Bragança Paulista, no interior do estado.

Foi lá que o advogado quebrou o fêmur e precisou ser operado. No hospital, uma pneumonia acabou sendo a causa da morte de Paulo, no dia 26 de fevereiro. Aos 85 anos, deixou a mulher, Lygia, dois filhos, Suzana e Paulo Jr., três netos e uma bisneta.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.