'Dar notícia a uma mãe que um filho morreu é a pior coisa', diz primeira-dama de Suzano

Larissa Ashiuchi tem atuado no apoio às famílias de vítimas de massacre

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São Paulo

​As fortes chuvas que atingiram a Grande São Paulo no início desta semana fizeram com que a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade de Suzano, Larissa Antoniassi dos Santos Ashiuchi, iniciasse seu trabalho na quarta (13) nas ruas de bairros atingidos por enchentes. 

Segundo ela, o objetivo era verificar de perto os estragos causados pela chuva e tentar ajudar as famílias que perderam seus pertences na madrugada anterior.

Em meio a um cenário crítico, ela ligou para a Defesa Civil para solicitar apoio. Nesse momento, no entanto, soube de um acontecimento ainda pior a poucos quilômetros de onde estava: atiradores haviam entrado numa escola e disparado contra alunos e funcionários, deixando mortos e feridos.

Larissa Antoniassi dos Santos Ashiuchi, primeira-dama de Suzano
Larissa Antoniassi dos Santos Ashiuchi, primeira-dama de Suzano - Reprodução/Facebook

"Foi uma notícia terrível, jamais imaginei que iria me deparar com isso. Na hora só pensei em deixar algumas pessoas para ajudar as famílias atingidas pela chuva e fui imediatamente para a escola", disse.

Aos 35 anos, Larissa está há pouco mais de dois anos nessa função pública, desde quando seu marido, Rodrigo Ashiuchi (PR), assumiu o primeiro mandato como prefeito. O casal está junto há mais de 12 anos e não tem filhos. 

Paulistana, a presidente do Fundo Social é filha de empresários do ramo do alumínio. Tem formação técnica em eletrônica e graduação em Sistema de Informação. Também cursou MBA em gestão empresarial.

Antes da mudança para o setor público em 2017, fez carreira numa empresa de telefonia —entrou como estagiária e chegou a gerente de projetos de negócios no setor de engenharia. Ela afirma que sempre atuou como voluntária e na área social de empresas. 

A política já esteve presente em outras gerações da família de Larissa, cujo bisavô, Justiniano de Carvalho, foi vereador e o primeiro prefeito de Mendonça, cidade do interior paulista. 

Para a primeira-dama, o atentado em Suzano foi um dos momentos mais tristes que já presenciou

"Se deparar com a fome, com enchentes não é fácil, mas é algo que ainda se consegue resolver. Mas de ontem para hoje vimos as pessoas perdendo a vida. É algo que a gente pensa que só tem em filme, e de repente está acontecendo bem na nossa casa", afirmou. ​

Em compromissos fora da cidade, o prefeito foi informado do ocorrido por Larissa. Ela conta que ele resolveu cancelar a agenda em Brasília e retornar o mais rápido possível para Suzano. Durante a ausência dele, foi preciso tomar algumas decisões emergenciais. 

"Ele foi acompanhando tudo por telefone enquanto não chegava, mas nós tivemos total liberdade de agir. Todas as equipes da prefeitura foram direcionadas para a escola, recebemos também o apoio do Governo do Estado", explica.

Larissa tem coordenado as equipes de apoio às famílias e vítimas. Ela também participou do atendimento aos familiares no momento em que buscavam a confirmação sobre os mortos e feridos. "A situação como um todo é péssima, mas dar notícia a uma mãe que um filho morreu é a pior coisa." As famílias das vítimas foram chamadas individualmente para receber informações sobre os alunos.

De acordo com Larissa, pelo menos 150 colaboradores da prefeitura estão envolvidos no trabalho de apoio, além de outros 80 voluntários. 

Equipes de psicólogos e assistentes sociais estão em campo desde a manhã da quarta para oferecer atendimento aos alunos que presenciaram o massacre e a todos que tiveram perdas durante o atentado. "A cada hora você se recupera e cai de novo. É terrível e mudou completamente a vida de todos." 

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