Famílias enterram corpos de assassinos em cerimônias fechadas

Depois de enterro, tio de Luiz Henrique de Castro pede perdão a famílias de vítimas

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Elaine Granconato Talita Marchao
São Paulo | Agora e UOL

De forma reservada e com os portões fechados à população e imprensa, Luiz Henrique de Castro, 25 anos, um dos autores do massacre na Escola Estadual Raul Brasil e morto pelo comparsa e amigo Guilherme Taucci Monteiro, em Suzano (Grande São Paulo), foi enterrado nesta quinta-feira (13) no Cemitério Municipal São Sebastião.

A reportagem presenciou a rápida cerimônia na capela e o enterro. Cerca de 25 pessoas estavam no local, entre eles o pai de Luiz Henrique, o jardineiro Miguel Castro, 69 anos, que estava abalado. A mãe, que está tomando remédios sedativos, não compareceu à cerimônia.

Um padre, amigo da família, conduziu a rápida cerimônia religiosa e proferiu palavras de força e fé aos familiares e amigos. 

Após o enterro, já do lado de fora do cemitério, o tio de Luiz Henrique, Américo José Castro, 58, falou rapidamente aos jornalistas. “Quero pedir perdão às famílias. Nós somos tão vítimas quanto”, disse, emocionado.

O tio afirmou que não conhecia Guilherme. “O nosso era um menino normal e trabalhador”, acrescentou. 

A menos de seis quilômetros dali, no Cemitério Municipal São João Batista, Guilherme, que efetuou os disparos na escola, atirou em Luiz e se suicidou, era enterrado, também com portões fechados. 

Cerca de dez pessoas participaram do velório e enterro. Após uma cerimônia de cerca de cinco minutos, os familiares de Guilherme enterraram o corpo dele no início da tarde.

Segundo funcionários do cemitério São João Batista, na periferia de Suzano, a família não quis levar o corpo à sala destinada a velórios e preferiu enterrá-lo logo após a liberação pelo IML de Mogi das Cruzes, cidade vizinha. A escolha de um cemitério afastado se deu para evitar protestos, afirmaram funcionários da prefeitura. 

Os familiares do assassino chegaram ao cemitério São João Batista, na periferia da cidade na tarde desta quinta, em um carro da Prefeitura de Suzano (SP) e cobrindo o rosto.

O caixão permaneceu aberto por cerca de cinco minutos, e o cortejo seguiu para o local do sepultamento. Funcionários que acompanharam o enterro afirmaram que apenas a mãe, Tatiana Taucci, e alguns familiares participaram do sepultamento. Parte dos parentes não compareceu porque Guilherme matou o tio, Jorge, antes de atacar a escola.   

A família veio acompanhada de funcionários de saúde, psicólogos e assistentes sociais, assim como está sendo feito na arena Suzano, onde as vítimas estão sendo veladas.

Um veículo do Garra (polícia civil) e outro da guarda civil municipal estavam no cemitério no momento do funeral por motivos de segurança. 

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