Fazenda de João de Deus em Goiás é invadida por mulheres de movimentos sociais

Fazenda em Anápolis tem cerca de 600 hectares e foi invadida por cerca de 800 pessoas

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Ribeirão Preto

Um grupo de mulheres ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e ao MCP (Movimento Camponês Popular) invadiu na manhã desta quarta-feira (13) uma fazenda pertencente a João Teixeira de Farias, o João de Deus, em Anápolis (GO).

A fazenda Agropastoril Dom Inácio, em Anápolis, tem cerca de 600 hectares, segundo os invasores, e fica perto da rodovia GO-433, entre os distritos de Souzânia e Interlândia. O movimento afirma ter cerca de 800 pessoas no local.

Mulheres do MST invadem fazenda de João de Deus em Anápolis (GO)
Mulheres do MST invadem fazenda de João de Deus em Anápolis (GO) - Divulgação/MST

De acordo com o MST, a ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que foi iniciada na última semana com ações em todo o país. Na última segunda-feira (11), por exemplo, elas caminharam em São João do Piauí (a 470 km de Teresina), para denunciar o feminicídio.

João de Deus se tornou réu no início do ano pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual, após a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos aceitar a denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás.

O médium está preso desde 16 de dezembro em Goiânia. Ele nega as acusações. É investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual e posse ilegal de arma. A denúncia da Promotoria foi oferecida à Justiça no dia 28 de dezembro.

Desde o surgimento dos casos, o Ministério Público montou uma força-tarefa junto à Polícia Civil para apurar as denúncias dos abusos cometidos pelo médium e recebeu ao menos 500 acusações de mulheres contra João de Deus.

O MST alega que “ninguém sabe ao certo qual o valor da fortuna de João de Deus”, entre aplicações, empresas, veículos, casas, fazendas, um avião e um garimpo. A fazenda é uma das seis que João de Deus afirmou ser proprietário em Goiás. Em depoimento à polícia, o médium disse ter “uma em Crixás, uma em Itapaci, uma em Anápolis, uma em São Miguel, uma em Pirenópolis e uma em Abadiânia”.

“Por esses e tantos outros motivos, as mulheres Sem Terra ocupam hoje um território que é fruto do abuso, do estupro e da violência. Lutamos #PorTodasNós em um Brasil que segundo a ONU [Organização das Nações Unidas] é o quinto em mortes violentas de mulheres no mundo”, diz o movimento.

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