Descrição de chapéu Folha Mulher

Marcha das mulheres em SP é marcada por críticas a Bolsonaro e homenagens a Marielle

Milhares de pessoas participaram de um ato para marcar o Dia da Mulher na capital paulista

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São Paulo

Milhares de pessoas participaram de um ato para marcar o Dia da Mulher nesta sexta-feira (8) em São Paulo, permeado por gritos contra o governo Bolsonaro, a reforma da Previdência e a violência contra a mulher —a vítima mais lembrada foi a vereadora Marielle Franco, cujo assassinato completará um ano em 14 de março. 

O protesto  —realizado há alguns anos na data, mas com motes diferentes— reuniu movimentos feministas, de defesa de minorias e sindicais. A multidão começou a se reunir às 16h em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na região central da capital, e seguiu até a praça Roosevelt por volta das 18h30.

“Ô Bolsonaro, seu fascistinha, a mulherada vai botar você na linha!”, cantava um grupo de mulheres, em meio a batucadas de caixas. “Nem recatada, nem do lar, a mulherada está na rua para lutar!”, continuaram.

O governador João Doria (PSDB), o prefeito Bruno Covas (PSDB), a ministra Damares Alves e o ministro Sergio Moro também viraram alvo dos manifestantes. Por outro lado, exaltaram a Mangueira, vencedora do Carnaval deste ano com samba que prestou homenagem a Marielle.

Blusas com o rosto da vereadora morta, faixas de Lula Livre, tatuagens com slogans feministas e cartazes com a hashtag #elenão predominavam. 

Vendedores viram o ato como uma oportunidade para vender no vão do Masp quadrinhos, ímãs e botons com o rosto de mulheres como Frida Kahlo, Malala Yousafzai e Dilma Rousseff, que custavam entre R$ 4 e R$ 50. 

A fotógrafa Mirelle Matias, 38, que mora na França há 10 anos, participou pela primeira vez do protesto. Veio acompanhada da filha, Alice, de 3 anos, que carregava uma placa escrita “dias mulheres virão”. 

“Temos hábito de participar de protestos na França. Não tinha como não vir nesse”, diz. “Não adianta se manifestar só em rede social. Para derrubar um governo, só indo para a rua. É hora da resistência.” 

Também é a primeira vez que a estudante Lara Torrezan, 18, participa. “Agora que sou maior de idade, tenho mais liberdade. Minha mãe não deixava. Acha que é bobeira, mas mesmo assim eu vim”, diz. “Temos que mostrar o nosso valor na sociedade.”

A jornalista Renata Mielli, 47, compareceu para defender a liberdade de expressão, que considera ameaçada sob Bolsonaro. Já participou de outros atos na data, e acredita que esse tem um peso a mais. “O governo se julga acima da imprensa e da constituição. Adotou como política de estado a violação da liberdade de expressão”, afirma. 

Já a professora de artes Monica Franco, 37, veio gritar contra a violência contra a mulher. Carregava uma placa com números de levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que mostrou que 536 mulheres foram agredidas por hora em 2018. “É um dado muito forte. Quero mostrar o quanto somos agredidas. Que não se trata de ‘mimimi’ nem nada disso”, diz.

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