Embora o negócio da família, a Editora Pini, publicasse principalmente manuais de construção civil, era o jornalismo que fazia os olhos de Affonso brilharem.
Os filhos se lembram dele sentado por horas, colado a jornais e revistas que devorava de ponta a ponta.
Paulistano nascido e criado, Affonso esteve na diretoria da editora por 40 anos. Pediu para começar trabalhando como entregador, para conhecer todo o funcionamento da empresa.
Em seu tempo livre, Affonso lia, não perdia um jogo do Palmeiras e, como bom descendente de italianos, amava uma boa macarronada.
Entre suas paixões, a maior era a esposa. Quando jovens, Affonso e Marisa faziam parte do mesmo grupo de amigos, que costumava sair junto para bailes e passeios.
Pouco a pouco, os integrantes do grupo foram namorando entre si e sobraram os dois. Decidiram dar uma chance um ao outro --acabaram casados por 62 anos. "Foi a vida com que sonhamos", resume a viúva.
Há três anos, ele descobriu um tipo raro de câncer nas células sanguíneas. As idas e vindas ao hospital, para internações e sessões de quimioterapia, não influenciaram sua doçura --fez amizade com todos que ajudaram nos seus cuidados.
Morreu no domingo passado (17), aos 85, em decorrência de complicações da doença.
De acordo com o filho, Gilberto, se velórios costumam ser ocasiões fúnebres, o de Affonso foi "quase uma festa". "Foi como ele queria, alegre como ele. Foram três famílias. Algumas pessoas estavam até brigadas e ele conseguiu uni-las", conta.
Affonso deixa a esposa, dois irmãos, quatro filhos, oito netos e seis bisnetos.
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