Descrição de chapéu Obituário Lavinia Casarotti Holz (1926 - 2019)

Mortes: Fã da cultura caipira, gostava de reunir família em sítio

Lavinia Casarotti Holz morreu aos 92 anos em 21 de março

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São Paulo

A vida de Lavinia foi permeada pela cultura caipira. Natural de Sorocaba (a 83 km de SP), adorava cantores como Tonico e Tinoco, a culinária do interior, contos folclóricos e a vida na roça. 

A música era uma das suas maiores paixões. Montou um acervo com mais de 3.000 gravações de música caipira durante a vida. Exigente, só queria ouvir moda de viola e canções que considerava “puras”. Sertanejo universitário não passava nem perto do rádio. 

O filho, Roberto Holz, conta que acordava com a mãe cantarolando no quintal às 6h. Ela tinha a voz “maravilhosa”, segundo ele. Não foi por falta de talento que não seguiu carreira. 

O canto lírico era a sua especialidade. Cresceu com os cinco irmãos ouvindo a óperas e operetas por influência do pai, um italiano apaixonado por música erudita. 

Canções populares italianas, em especial as interpretadas por Carlo Buti, também estavam entre as favoritas. 

Lavinia Casarotti Holz adorava óperas e cultura caipira
Lavinia Casarotti Holz adorava óperas e cultura caipira - Reprodução/Arquivo Pessoal

Lavinia fazia questão de estar sempre em família. O ponto de encontro era um sítio em Itu, também no interior paulista. Lá, tinha galinhas, porcos, vacas e até jacaré, além de mais de dez tipos de árvores frutíferas. Refeições, doces e pães eram todos caseiros. 

Nada de tecnologia ou energia elétrica por lá. Preservar a atmosfera simples e rústica no lugar era prioridade. Costumava se reunir com a família em volta da fogueira para contar histórias e lendas. 

Sempre incentivou os filhos a colocarem a mão na massa. “O ócio põe minhocas na cabeça”, costumava dizer. 

De personalidade forte, falava o que pensava. Se não gostasse do vestido escolhido pela prima para ir a um casamento, falava. Alguns levavam a sinceridade na esportiva, outros ficavam bravos. 

A vida também foi marcada por episódios difíceis. Enfrentou a morte da filha, em 1980, vítima de um vazamento de gás. Na mesma década, perdeu a visão de um olho após um acidente doméstico. 

Morreu em 21 de março, aos 92 anos, em São Paulo, dois anos após o marido. Deixa o filho e três netos. 

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