Descrição de chapéu Obituário Osvaldino Rangel (1964 - 2019)

Mortes: Guitarrista de Niterói, tocou com Baby do Brasil

Osvaldino Rangel dedilhava o violão todos os dias e tinha sensibilidade como traço marcante

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São Paulo

Dino Rangel começava e terminava o dia sempre do mesmo jeito: tocando violão. De manhã, enquanto tomava café; à noite, sentado na cama, para relaxar.

A música estava na alma de Osvaldino. Nascido em Niterói, no Rio de Janeiro, dizia que a paixão por notas e acordes surgiu em meio a partidas de futebol da infância. Percebia que jogava melhor quando havia alguma música tocando perto dele. O som o inspirava —o Flamengo, seu time do coração, idem.

Com 17 anos, mergulhou de cabeça nos estudos de guitarra. Tocar o instrumento, segundo ele, era uma experiência transcendental.

Seguiu pelo caminho da música instrumental brasileira, como músico e compositor. Teve aulas com os guitarristas de jazz norte-americanos Mike Stern e John Abercrombie e com o instrumentista brasileiro Sérgio Benevenuto.

O guitarrista e compositor Dino Rangel
O guitarrista e compositor Dino Rangel - Divulgação

Um bar em Niterói considerado ícone da cultura alternativa da cidade, o São Dom Dom, ajudou a catapultar a carreira de Dino. Todas as segundas-feiras, se apresentava ao lado de nomes como Ney Conceição e Carlos Malta. Tudo no improviso: não havia show igual ao outro.

Lançou dois discos, "Café" (1998) e "Partir...Voltar" (2008). Fez parte do grupo Brasilianas, tocou com artistas como Baby do Brasil e Guinga e realizou turnês internacionais. Uma das grandes realizações da sua vida foi integrar o quinteto Con'Alma + 1, já no fim da vida. Considerava que tinha montado o "grupo dos sonhos".

Dino também dava aulas de guitarra. Era conhecido por ser bastante exigente. E generoso —se um aluno promissor não tivesse dinheiro para pagar pela aula, não cobrava. 

O nado era outro hobby do músico. De segunda a sábado, diariamente, nadava 1.500 metros. 

A sensibilidade era um dos seus traços mais marcantes. Às vezes, o excesso de cerimônia era motivo de chacota. O sogro não se conformava com o fato de que, após mais de 11 anos frequentando a sua casa, o músico ainda perguntava se poderia pegar água na geladeira. 

Dino morreu em 27 de fevereiro, vítima de um infarto, no Rio de Janeiro. Deixa a esposa, a cantora Marta Nunes, dois filhos e dois enteados. E um projeto pendente: recrutar professores de música para dar aulas em comunidades carentes.

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