Descrição de chapéu Obituário Manfred Gustavo Westerich (1961 - 2019)

Mortes: Executivo realizou o sonho de ter uma pousada e viver com a família na praia

Manfred Gustavo Westerich mudou-se para Bahia após deixar emprego em multinacional

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São Paulo

Em 2004, Manfred Gustavo Westerich mudou-se para Bahia para realizar o sonho de ter uma pousada em um lugar paradisíaco e mais qualidade de vida. 

O gaúcho de origem alemã trocou a carreira na Mercedes-Benz em São Paulo pela Praia do Forte (BA). 
Reestruturou a Pousada Tatuapara, junto com um amigo e sócio. Mudou-se de mala, cuia e prancha de surfe. Teve na companheira, a jornalista Lara Preussler, mais do que uma parceira de aventura, com quem se casara três anos antes em uma cachoeira em Pirenópolis (GO), seis meses após se conhecerem em um casamento. 

Manfred Westerich e família
Manfred Westerich e família - Arquivo pessoal


O plano B ia conforme o sonhado, com o nascimento de Lucas, 11, e Tomás, 12, dois baianinhos louros criados com liberdade à beira-mar, e uma rotina de trabalho e lazer na medida certa. 
Até que em 2013, Manfred recebeu o diagnóstico de um câncer no mediastino, raro e agressivo. A previsão mais otimista de sobrevida era de um, dois anos. 

 “Durante todo o tempo eu procurei me cuidar para que todos pudessem ficar bem”, diz Lara. “União, verdade e amor foram os nossos pilares.”

Todos sabiam que a ordem era “viver o dia de hoje”. E assim ao longo de quase seis anos foram construindo memórias e lidando com o estresse do tratamento paliativo. 

Entre as quimioterapias, terapias alternativas e espirituais, havia sempre tempo para uma viagem. Levar os meninos para conhecer a Alemanha; férias a bordo de um motorhome pela Itália. 

Em janeiro, foram para o Chile. Na volta, Manfred foi parar na UTI, com a serenidade e o sorriso tranquilo que manteve nos momentos difíceis. Reviveu tantas vezes também pela fé que o fez querer ser pastor luterano na infância. 

“Fiquei duas semanas na UTI. Chamaram meus filhos e meus pais para despedida. Queriam me entubar. Não aceitei. Optei por me sedarem e permanecer consciente e sem dor”, escreveu Manfred, em março.

“Quando meus filhos entraram bem animados, pois não sabiam que podia ser uma despedida, vi uma luz e energia forte, algo poderoso. Ficamos brincando por 45 minutos. Quando eles saíram fui atrás das minhas forças internas e no segundo dia comecei a melhorar.” 

Em 18 de abril, Manfred se despediu de vez aos 58 anos.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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