Descrição de chapéu Obituário Luiz Fernando Favilla (1953 - 2019)

Mortes: Inquieto, professor da PUC do Rio gostava de se reinventar

Professor motivava alunos, amigos e familiares a desenvolverem seu potencial.

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São Paulo

Sempre que enviava um email a um de seus alunos, o carioca Luiz Favilla terminava usando a frase: “Cuide-se. Sempre. Muito”. Essas palavras viraram a marca registrada do professor de publicidade da PUC Rio.

Apaixonado e intenso, Favilla dava o melhor de si em tudo o que fazia. Assim, motivava alunos, amigos e familiares a também desenvolverem seu potencial.

“Ele era inquieto por natureza, mas também um excelente ouvinte. Todas as viradas da minha vida levaram a sua assinatura. Ele tinha uma delicadeza ímpar para nos fazer deixar a zona de conforto, mesmo que para isso tivesse que mexer em nossas feridas”, diz o filho Martin.

Para Luiz Favilla, mesmo que levasse tempo, cada pessoa precisava encontrar seu lugar no mundo. Algo que ele próprio buscou fazer. 

Casou-se cinco vezes, trabalhou intensamente no mercado publicitário, de onde saiu para ajudar a cuidar de uma pousada em Búzios (RJ). 

Na busca por se reinventar, fez mestrado nos anos 2000 e se realizou como professor. Via histórias até nas nuvens e gostava de compartilhar suas experiências nas redes, em terceira pessoa, onde se transformava no Luizinho. 

Em sala de aula, ele costumava repetir "tudo é texto", e explicava que entender a interpretar bem esses textos faria toda a diferença na vida dos alunos. "Cada palavra do nosso professor poeta era verso. Ele nos tirava o medo da vida: 'o caminho se faz ao caminhar, moça!'", lembra a aluna Macelle Pepe.

"Falar do Favilla é falar de poema, enxergar com o coração, perseverança. Conhecer o Favilla, de verdade, é conhecer o seu lado mais peralta, o Luizinho, que em verso definia 'como se fosse brincadeira de roda, vai como a criança que não teme o tempo'", diz a professora Cristina Bravo, que coordena o curso de publicidade e a agência onde Luiz Favilla atuava.

A luta contra um câncer nos últimos cinco anos não fez o professor perder o bom humor. No hospital, quando perguntava sobre sua área de ensino, respondia: “dou aula de bagunça”. “Ele não estava errado. Causou mesmo muita bagunça na mente e nas vidas de quem conheceu, mas de uma maneira positiva”, diz Martin. 

Luiz dizia que seu maior desejo era voltar para mais um semestre de aulas, o que não foi possível devido complicações da doença. Ele morreu em 10 de abril, aos 65 anos. Deixou a mulher Rosane, os filhos Tomaz e Martin, além de uma legião de alunos, ex-alunos e amigos.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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