Descrição de chapéu Obituário Mário Sérgio Ribeiro (1956 - 2019)

Mortes: Integrante da velha guarda da Vai-Vai fez alegorias na prisão

Mário Sérgio Ribeiro, o Pastel, foi integrante da bateria da escola de samba

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São Paulo

Mário Sérgio Ribeiro, o Pastel, como é conhecido na quadra da escola de samba Vai-Vai, da qual integrou o time da velha guarda, em determinado momento de sua vida “deu uma escorregada”, como diz seu irmão Carlos Alberto Ribeiro, 62, o Pastelzinho, e teve que cumprir pena no extinto presídio do Carandiru, na zona norte de São Paulo. 

Mesmo no cárcere, Pastel não se afastou da escola do coração. Com a ajuda do pai, José Jambo Filho, o seu Chiclé, ex-presidente da escola, ele ministrou oficinas de alegoria para os presos. O pai levava o material para os detentos criarem costeiros e decorarem adereços. 

Morre Pastel, integrante da velha guarda da Vai-Vai
Morre Pastel, integrante da velha guarda da Vai-Vai - Reprodução/Facebook

O auge do trabalho que funcionava como terapia ocupacional foi em 1997, quando a Vai-Vai se preparava para desfilar o samba-enredo “Banzai Vai-Vai” sobre a imigração japonesa no Brasil. “Como eram muitos detalhes nas fantasias precisamos de mais ajuda na confecção”, conta o sambista Tobias da Vai-Vai sobre o enredo que deu à escola o nono título de campeã dos desfiles das escolas de samba de São Paulo, em 1998. 

A partir disso foram três anos consecutivos em que parte das fantasias da escola era feita no Carandiru. 
Após cumprir sua dívida com a Justiça e sair da prisão, Pastel retornou à quadra da Vai-Vai onde frequentou até poucos dias antes de sua morte, no último dia 8, aos 62 anos, causada por complicações de uma doença renal. 

Ele se dedicava aos ensaios da bateria; era um dos tocadores de surdo, função de prestígio por ditar o ritmo de vários outros instrumentos. Pastelzinho também toca surdo na escola de samba e o fez muitas vezes ao lado do irmão. 

O velório foi realizado na sede da agremiação na Bela Vista, região central de São Paulo. A missa de sétimo dia foi na igreja Nossa Senhora Achiropita, outro endereço importante, assim como a Vai-Vai, que faz parte da história do lendário bairro do Bixiga.

Além do irmão, Pastel deixa quatro filhos, “mais cinco que o consideram como pai”, diz Pastelzinho, oito netos e a viúva Fátima Alcântara.
 

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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