Descrição de chapéu Obituário Marcos de Azevedo (1974 - 2019)

Mortes: Pescada foi de contínuo a chefe da diagramação em jornal

Solícito e bem-humorado, ensinou muitos novatos a desenhar as páginas do jornal

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São Paulo

Conhecido como Pescada, Marcos de Azevedo não recebeu seu apelido por ser amante da pesca. Ele tinha, sim, o hábito de pegar corvinas e tucunarés pelo interior de São Paulo, mas seu apelido veio, na verdade, do irmão Wanderley de Azevedo, 57.

"Quando eu ia para a praia, voltava todo vermelho, então na Redação me chamavam de Camarão", diz Wanderley, que foi diagramador no jornal O Estado de S. Paulo. Por ser irmão do Camarão, Marcos ficou conhecido como Pescada.

Marcos de Azevedo, conhecido como Pescada
Marcos de Azevedo, conhecido como Pescada - Arquivo pessoal

Filho de um metalúrgico e de uma dona de casa, que por vezes fazia bicos de faxineira, Marcos nasceu em 1974, em São Paulo. Estudou até o ensino médio e teve vários empregos, até entrar no jornal por indicação do irmão. Sua primeira função foi de contínuo, mas aprendeu o ofício de diagramador com Wanderley e chegou a chefiar a área.

Solícito e bem-humorado, ensinou muitos novatos a desenhar as páginas do jornal. Nas redes sociais, as palavras mais usadas pelos colegas para falar dele foram: querido, prestativo, gente boa, simpático, Pesca, Pescadinha.

Depois de 20 anos na empresa, Marcos foi demitido em um corte. Com dificuldades financeiras, mudou-se com a esposa para o interior de SP, onde moram sua mãe e irmã.

Em Lins, abriu uma empresa de limpeza de piscinas. "Seu sonho era ter estabilidade financeira para ajudar os filhos", diz Wanderley. Um deles trabalha como motorista de Uber e a filha, que acaba de ter gêmeos, era vendedora em uma loja.

Em 10 de abril, aos 44 anos, Marcos saiu para pescar com o primo Evandro Marcelo Vilalva Mendes, no rio Tietê, em Sabino, como costumavam fazer.

Os corpos foram encontrados dias depois. A família ainda não sabe o aconteceu, porque ambos nadavam bem e eram experientes na pesca. "Estava ventando, mas o barco não chegou a virar", diz Wanderley. "Ele morreu fazendo o que mais gostava".


coluna.obituario@grupofolha.com.br

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