Trecho de ponte desaba no rio Moju, no Pará

Incidente ocorreu por volta de 1h deste sábado (6) no município de Acará, região metropolitana de Belém

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Salvador

Um trecho de cerca de 200 metros de uma das principais pontes que ligam Belém a cidades do interior do Pará desabou na madrugada deste sábado (6) após ser atingido por uma balsa.

A ponte de 860 metros sobre o rio Moju fica no município de Acará, região metropolitana de Belém, e faz parte do Alça Viária do Pará, complexo de pontes e estradas que integram a capital paraense ao interior do estado.

Segundo uma testemunha, dois carros teriam caído no rio no momento em que o trecho da ponte desabou. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Capitania dos Portos realizam buscas por possíveis vítimas no local.

O incidente ocorreu por volta de 1h, momento em que uma balsa se chocou contra um dos pilares da ponte e fez desabar um trecho da pista. A embarcação transportava resíduos de dendê e era ocupada por cinco tripulantes.

“Era horário de cheia do rio, o que deve ter impulsionado a energia e velocidade da balsa e tamanho da colisão”, afirmou o governador Helder Barbalho (MDB) em entrevista à imprensa neste sábado.

A Capitania dos Portos informou que a balsa que causou o acidente está com documentação irregular, com multa em aberto e, por isso, não deveria estar navegando. O proprietário da embarcação já foi identificado e será notificado durante instauração de inquérito administrativo. 

A ponte, que foi inaugurada em 2002 na gestão do governador Almir Gabriel (PSDB), já apresentava problemas de corrosão e desgaste nos seus pilares. Em janeiro deste ano, foi alvo de uma vistoria do governador Helder Barbalho (MDB).

Na ocasião, o governador afirmou que não havia risco de desabamento da estrutura e determinou a realização de reparos e sinalização. O governo manteve o tráfego de veículos sobre a ponte e de balsas por baixo dela.

Em entrevista à imprensa neste sábado, Helder Barbalho disse que a estrutura da ponte não estava comprometida e descartou que a queda da ponte esteja ligada a um possível dano estrutural.

“O fato é que houve um sinistro de dimensão absolutamente grave que resultou neste incidente lamentável”, afirmou o governador, que fez um sobrevoo no local do desabamento acompanhado pelo secretário de segurança Ulame Machado.

No trecho do rio, segundo o governo do estado, havia sinalização da sua estrutura, mas não haviam defensas que protegessem os pilares.

O governador ainda decretou estado de emergência, o que possibilitará o governo do estado a contratar empresas sem licitação para fazer serviços de retirada dos escombros e fazer os reparos iniciais.

Também serão realizados estudos para verificar se a colisão comprometeu a estrutura de algum dos pilares da ponte. Segundo o governador, cerca de R$ 100 milhões serão necessários para serviços emergenciais e reconstrução do trecho danificado.

Com a interdição da ponte, os veículos que precisarem cruzar o rio terão que recorrer ao transporte por balsas. Para atender ao crescimento da demanda, o número de balsas que fazem linha na região foi ampliado de três para oito.

Segundo o governo do Pará, a Procuradoria-Geral do Estado vai acionar judicialmente a empresa proprietária da balsa que colidiu com a ponte. O nome da empresa não foi divulgado.

O governo também acionou a Capitania dos Portos para verificar se a embarcação estava licenciada para navegar e transportar cargas. A Capitania dos Portos ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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