Descrição de chapéu Rio de Janeiro

'Vamos apurar e cortar na carne', diz ministro da Defesa sobre morte no Rio

Músico morreu quando carro em que estava com a família foi alvo de 80 tiros do Exército

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Carro atingido por disparos do Exército em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, em que morreu Evaldo dos Santos
Carro atingido por disparos do Exército em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, em que morreu Evaldo dos Santos - José Lucena - 7.abr.19/Futura Press/Folhapress
Brasília

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta quarta-feira (10), que o assassinato do músico Evaldo dos Santos por militares foi um "incidente lamentável" e que será apurado pela Justiça Militar.

"Vamos apurar e cortar na própria carne", disse o ministro. 

"Eu acho que foi um acidente lamentável, triste, triste, mas foi um fato isolado num contexto de operações que os militares vêm desenvolvendo", afirmou ele. "E será apurado até as últimas consequências. A Justiça Militar é uma justiça célere." 

O ministro afirmou que os militares envolvidos no episódio foram presos após apuração conjunta com a Polícia Civil, por descumprirem as normas do Exército. 

"Está sendo apurado, é a primeira coisa que foi feita. Ouviram todos os envolvidos a noite inteira, e constataram que eles não seguiram as normas regulamentares, foram presos por não seguir as normas", disse.

O ministro falou durante reunião da comissão de Relações Exteriores, presidida por Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro,

Ele foi questionado sobre a ação do Exército que resultou na morte do músico. O carro da família foi alvejado por 80 tiros de uma equipe do Exército em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, no domingo (7).

Depois, o ministro falou sobre a atuação de milícias no Rio. "A milícia começou com uma boa intenção de proteger a comunidade, mas desvirtuou", afirmou. 

Ele foi questionado sobre a fala pela deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), que disse que os grupos sempre exerceram domínio armado sobre as comunidades.

"A origem que eu digo é nos meus tempos de tenente, capitão, muito tempo atrás. Mas tem razão, desvirtuou, são bandos armados", disse. 

O ministro defendeu a intervenção militar no estado durante o governo Michel Temer, em 2018. "O maior legado foi a estruturação" das forças de segurança, disse Azevedo. "Agora tem que continuar esse trabalho", disse.

Segundo familiares da vítima, Santos e a família iam para um chá de bebê. A mulher e o filho de Evaldo, de sete anos, estavam no carro. O sogro de Santos e um pedestre que passava no local e tentou ajudar ficaram feridos.

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse na segunda-feira (8) que o presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça Militar e que os esclarecimentos serão dados no decorrer da investigação. "[Ele] Espera que eventos de igual similitude não venham a ocorrer", disse.​

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