AM transfere mais 17 presos por envolvimento em matança

Secretário de segurança diz que reportagem que aponta acordo com facção tem motivação política

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Manaus

O governo do Amazonas transferiu a presídios federais nesta quinta-feira (30) mais 17 presos apontados como líderes da onda de violência que deixou 55 mortos em presídios de Manaus entre domingo (26) e segunda-feira (27). 

Com as 9 transferências da terça-feira, já são 26 detentos retirados do estado. O motivo da matança, segundo as investigações, é um racha entre duas lideranças da facção criminosa Família do Norte (FDN), que controla os presídios e parte do narcotráfico no Amazonas. 

Em outra colaboração do governo federal com o governo Wilson Lima (PSC), 83 homens da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária estão em Manaus para reforçar a segurança dos presídios, de gestão privada. 

O ministro da Justiça, Sergio Moro, informou que a Polícia Federal entrará nas investigações sobre a matança. 

O Instituto Médico Legal (IML) afirma ter liberado 53 dos 55 corpos, que, por falta de espaço, foram acondicionados em um caminhão frigorífico. Os dois corpos ainda não identificados precisarão passar por exames adicionais. 

Em entrevista ao site G1, o secretário de segurança pública do Amazonas, o coronel da PM Louismar Bonates, criticou a reportagem da Folha desta quinta-feira que descreveu um acordo de 2015 costurado por ele com a FDN em troca de “paz nas cadeias”, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Bonates, que em 2015 era secretário de administração penitenciária, afirmou que a reportagem “é antiga e que tem motivação política”.

“"É uma matéria requentada. Na época do início do governo do Wilson Lima, foi levantado pela imprensa séria e foram até o Ministério Público Federal, que declarou que eu não fui nem citado. Passei longe dessa operação. Isso é um fato político que estão tentando atingir o governo, que está trabalhando em prol da população.”

Na verdade, o relatório foi enviado ao Ministério Público Estadual, que, em nota, afirmou que o documento “não reunia informações suficientes sobre crimes da esfera estadual. Por isso, o Ministério Público pediu abertura de inquérito por parte da Polícia Civil do Amazonas e as investigações estão sendo tratadas por três promotorias. 

“O Ministério Público está aguardando a remessa do inquérito policial para que os Promotores de Justiça responsáveis tomem as providências cabíveis”, conclui a nota.

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