Câmara de SP autoriza Covas a privatizar autódromo de Interlagos

Decisão sai no momento em que SP disputa sede do Grande Prêmio de F-1 com o Rio

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São Paulo

A Câmara Municipal de São Paulo autorizou a prefeitura da capital a privatizar o autódromo de Interlagos (zona sul). A votação ocorreu nesta quarta-feira (15), e contou com 34 votos favoráveis e oito contrários ao projeto de lei.

Agora, a medida seguirá para apreciação do prefeito Bruno Covas (PSDB), que deverá sancioná-la, uma vez que é de seu interesse. O projeto, no entanto, não fornece detalhes importantes, como o tempo de concessão.

Apresentado inicialmente pelo então prefeito e hoje governador do estado, João Doria (PSDB), o projeto sob análise na câmara previa a alienação do equipamento, ou seja, a sua venda. A proposta chegou a ser aprovada em primeiro turno de votação, mas, na sequência, sofreu duras críticas por parte dos vereadores que alegaram falta de mais discussões sobre o tema.

Para acelerar o trâmite, Bruno Covas agiu rápido. Enviou um comunicado aos vereadores na semana passada afirmando que a prefeitura não mais queria vender o equipamento, mas concedê-lo à iniciativa privada. A nova proposta foi transformada em projeto de lei, que ganhou a maioria dos votos do legislativo municipal nesta quarta —em especial, a bancada aliada ao prefeito.

O prefeito pediu ajuda ao presidente da Câmara, Eduardo Tuma, para agilizar a votação da mudança. A concessão garantirá à prefeitura mais facilidades para utilizar o espaço durante as provas automobilísticas.

"Com a mudança de privatização para concessão, o Bruno Covas consegue manter o equipamento em poder do município, evita vendê-lo por um preço inferior ao que esperávamos e garante a permanência da F-1 em São Paulo", disse Tuma.

A bancada do PT, composta pelos vereadores Alessandro Guedes, Alfredinho, Antonio Donato, Eduardo Suplicy, Juliana Cardoso e Reis, votou contra o projeto. Os vereadores da sigla sugeriram a criação de uma comissão específica para analisar os impactos financeiro e social do Grande Prêmio de Fórmula 1 de São Paulo, principal evento sediado no autódromo. Também propuseram a realização de audiências públicas para ampliar o debate sobre a questão com a população.

A concessão de Interlagos contempla o autódromo José Carlos Pace, o Kartódromo Ayrton Senna e outras estruturas de apoio.

A Comissão Interlagos Hoje É Todos Nós, que representa empresários que prestam serviços ao automobilismo paulista, disse que a concessão atende um pleito da entidade. "Porém, ainda caberá à comissão um acompanhamento para que os termos desta concessão sejam adequados às nossas atividades e também a todos os usuários tanto da pista quanto do parque Autódromo", disse, por meio de nota.

FÓRMULA 1

A aprovação da concessão é um passo dado por Bruno Covas para vencer a disputa com o Rio de Janeiro pela sede do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1.

Covas afirmou que, desde o último GP do Brasil (em novembro de 2018), negocia a renovação do contrato –válido até 2020. No entanto, foi surpreendido após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ter assinado na última quarta (8) um termo de cooperação para levar as provas para o Rio de Janeiro.

"As tratativas [para renovação] estão adiantadas, temos uma reunião no mês que vem com o novo CEO da F-1, Chase Carey, para dar continuidade aos termos do contrato. Em nenhum momento tivemos resistências do novo proprietário do evento ou qualquer dificuldade”, disse Covas. “Fomos pegos de surpresa com esse anúncio [de possível mudança para o Rio].”

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