Com atraso, prefeitura de SP dá início a operação de acolhida de sem-teto em dias frios

Gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) formalizou intensificação na abordagem no Diário Oficial desta quarta (22)

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São Paulo

Com atraso, a Prefeitura de São Paulo formalizou nesta quarta-feira (22) o decreto que estabelece um plano de contingência de acolhimento a moradores de rua nos dias frios, quando há previsão de temperaturas abaixo de 13ºC. 

Como a Folha mostrou nesta terça-feira (21), neste ano, a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) atrasou a publicação do decreto da operação Baixas Temperaturas. 

No ano passado, o texto foi publicado no Diário Oficial no dia 17 de maio. Nesta quarta-feira, foi registrada a madrugada mais fria do ano na capital, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), com mínima de 8,2ºC. 

A tendência é de mais frio nos próximos dias. A mínima prevista para o fim de semana será de 10ºC, devido à chegada de uma frente fria na próxima quinta-feira (23), de acordo com o Inmet. 

No ano passado, dois moradores de rua foram encontrados mortos em 22 de maio, quando foi registrado frio de 9,3ºC, a menor para um mês de maio desde 2007 na capital.

O corpo de Marciano da Silva Correia, 34 anos, foi encontrado sob a marquise de uma loja na avenida do Rio Pequeno, na zona oeste. A outra vítima foi encontrada sem vida na calçada da rua General Jardim, na região central.

A operação Baixas Temperaturas tem início todos os anos em São Paulo durante os primeiros dias de frio intenso, o que ocorre a partir da segunda quinzena de maio, e se estende até o fim de setembro.

Executado e planejado de forma intersecretarial, o plano é deflagrado quando há previsão de frio abaixo de 13ºC. Diante de temperaturas menores de 10ºC, a cidade entra em estado de alerta, segundo o plano. 

Nessas ocasiões, para intensificar as ações de acolhimento, são disponibilizadas vagas emergenciais em abrigos, aumentam as equipes de abordagem aos moradores de rua e é instituído esquema especial de atendimento do Samu para socorrer possíveis vítimas de hipotermia, ou danos provocados pelas baixas temperaturas. 

Toda essa engrenagem, porém, só é deflagrada a partir da publicação do decreto assinado pelo prefeito em Diário Oficial. 

Durante todo o mês de maio do ano passado, 22,5 mil pessoas nas ruas foram abordadas no âmbito da operação Baixas Temperaturas, sendo que cerca de 15 mil aceitaram acolhimento em abrigos. 

Em 2018, entre maio e setembro, foi registrada média de ocupação de 89,1% das 17,4 mil vagas ofertadas em abrigos.  

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