Descrição de chapéu Obituário José Carlos Vilela (1946 - 2019)

Mortes: Apaixonado pelo Galo, morreu durante a decisão do Mineiro

José Carlos Vilela colecionava CDs e tinha Nelson Gonçalves como músico favorito

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São Paulo

No sábado de Aleluia, José Carlos Vilela assistiu ao jogo do Atlético Mineiro como de costume: deitado na cama, com as janelas fechadas para não ouvir os cruzeirenses, que são maioria na rua de casa.

O empate com gol dos rivais aos 34 minutos do segundo tempo, que deu o título estadual ao Cruzeiro, foi demais para o coração de 73 anos.

Vilela teve o primeiro infarto em 1988. Havia anos não frequentava o estádio, por recomendação médica. Mesmo em casa, evitava grandes emoções. Quando o Galo conquistou a Libertadores em 2013, nos pênaltis, abandonou a TV no momento decisivo para buscar uma vitamina de mamão.

José Carlos Vilela morreu enquanto assistia a jogo do Atlético-MG
José Carlos Vilela morreu enquanto assistia a jogo do Atlético-MG - Arquivo pessoal

Apesar de atleticano fanático, tinha carinho pelo América-MG, pois frequentava a sede social do clube.
Dos 20 aos 30 anos, foi motorista do Batalhão de Radiopatrulha. Em 1971, a trabalho no Mineirão, arremessou o quepe para o alto ao comemorar um gol do Atlético. Foi repreendido pelo superior hierárquico, mas nunca se arrependeu.

Em 1976, Vilela deixou os carros da polícia para dirigir veículos da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). "Era motorista dos bons", diz o filho Sergio.

De todos os automóveis, um Santana bordô 1992 foi o favorito. O carro pertencia ao médico que lhe deu carona quando infartou pela segunda vez (Vilela tinha horror a ambulância). 

Depois de ter o coração operado, procurou o médico e fechou negócio. Ângela Maria, mulher de Vilela, diz que o Santana fica na família: "Não vou deixar ninguém dirigir à toa".

Elaine, a mais nova dos três filhos, conta que o pai era apaixonado pelos quatro netos e pelos mais de 1.500 CDs que colecionava. Sentava-se numa cadeira bamba, insubstituível, e ouvia música quase o dia inteiro. "Só parava na hora do jogo do Galo", lembra a caçula.

O músico preferido de Vilela era Nelson Gonçalves. A família agora se emociona ao ouvir "naquela mesa tá faltando ele, e a saudade dele tá doendo em mim" —refrão do sucesso gravado pelo artista em 1974.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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