Descrição de chapéu Obituário Afonso Miguel Aguiar (1957 - 2019)

Mortes: Artista e professor, dedicou a vida ao teatro de bonecos

Fundou o grupo Fantochito em 1975 e viajou o mundo

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São Paulo

"Afonso apaixonou-se muito cedo por essa arte e ganhou o mundo", lembrou Chagas Vale. A arte citada pelo amigo de ofício recebe nomes diferentes no Brasil. Mamulengo, em Pernambuco; Babau, na Paraíba; João Redondo, no Rio Grande do Norte; e Cassimiru Côco, no Maranhão e no Piauí. Todos significam o teatro popular nordestino de bonecos.

Afonso Miguel Aguiar personificava esse fenômeno. Nos últimos anos, com dificuldades motoras por conta de uma doença degenerativa nos ossos, o criador do grupo piauiense Fantochito preparava, com Chagas e outros companheiros, a terceira edição de seu festival. O evento teria bonecos em desfile pelas ruas de Teresina, responsabilidade agora herdada pelos amigos e por uma das filhas.

O artista e professor Afonso Miguel Aguiar
O artista e professor Afonso Miguel Aguiar - Associação Brasileira de Documentaristas-Piauí/Divulgação

"Consigo dar muito valor a ele como pai por essa transmissão do teatro. Isso vem com muita responsabilidade, inclusive com essa homenagem que vou fazer no festival", falou Mariana Acioli, 32.

Durante uma de suas temporadas de oficinas de bonecos no interior piauiense, Afonso virou personagem. Foi retratado pela colega Fátima Guimarães, que gravou um documentário durante o trabalho em comunidades quilombolas. 

A arte de produzir e dar vida aos bonecos era novidade no local. "As crianças são mágicas, e ele se entregava naquilo", disse a produtora de cinema.

Um eterno viajante, o mestre bonequeiro foi de Santos, no litoral paulista, para cinco países da Europa e diversos estados brasileiros. Mostrou ao mundo os feitos do Fantochito, grupo que fundou em 1975 e para o qual dedicou toda a sua vida.

Afonso morreu no último dia 22, aos 62 anos, em decorrência de duas paradas cardíacas causadas por infecção após a colocação de prótese na bacia. Deixou mulher, cinco filhos e uma inspiração para a arte popular nordestina.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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