Com alma de artista, como gostava de frisar, Marcos Fayad, 70, largou a formação de psicólogo para se dedicar ao teatro. Ele se mudou de Goiás para a capital do Rio de Janeiro ainda jovem para cursar a faculdade e foi em terras cariocas que descobriu sua vocação artística.
De Goiás veio a inspiração para as peças de teatro que apresentou ao redor do país e em Portugal. “Ele retratava as mulheres e os bobos de Goiás”, diz a irmã Suzete Elias ao citar o fenômeno social de alta concentração de deficientes mentais pelo qual Goiânia é estudada.
Após longa permanência no Rio de Janeiro, Marcos voltou à cidade natal no final dos anos 1980 para ajudar a transformar reservatórios de água desativados em teatros de arena. O projeto foi realizado a convite do então governador de Goiás Henrique Santillo (MDB), morto em 2002, e deu origem ao Centro Cultural Martim Cererê.
As construções circulares desativadas servem de espaço até hoje para shows e espetáculos, além de aulas de interpretação.
Mesmo acometido por um câncer de medula, que culminou em sua morte no último dia 17, Marcos ainda se dedicava à peça que planejava estrear ainda neste ano. Os ensaios, porém, foram rareando conforme a doença se agravou.
Ele chegou a passar por um transplante de medula, mas os tumores haviam reaparecido recentemente. Estava internado há 15 dias no hospital Santa Helena, em Goiânia.
“Foi um homem maravilhoso. Tinha grandes amigos mas também inimigos por causa de sua personalidade temperamental”, diz a irmã.
Marcos deixa dois irmãos, entre eles o prefeito de Catalão (GO), Adib Elias, e sobrinhos.
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