É bastante improvável que se encontre alguém que tenha tocado mais músicas de Roberto Carlos no rádio do que Lilian Loy. Dos 55 anos que dedicou a esse meio de comunicação, 30 foram com programas dedicados ao cantor, como o “Roberto Carlos Especial” e o “Clube do Rei”.
Em sua certidão de nascimento ela era Luísa Alves Carrelo. Foi na década de 1960 que aceitou a sugestão do amigo e também locutor Blota Júnior e adotou o nome artístico cunhado por ele.
Nascida no bairro de Santana, zona norte da capital paulista, a filha de Luis Alves Carrelo e Ana Aparecida Ferreira se afeiçoou ao rádio AM de tanto acompanhar Lázara, sua irmã mais velha, que participava de programas musicais. Aos sete, começou ela também a cantar na Rádio Nacional de São Paulo.
Em 1963 chegou à Record, emissora em que trabalhou por mais tempo. Começou fazendo pequenas colaborações e realizou o grande sonho de atuar em radionovelas.
Naquela época, também fez amigos, que a levaram a gravar comerciais.
Nos anos 1970, fez parte da Rádio Mulher, integrando a primeira equipe exclusivamente feminina que cobria esportes.
Independente, criou sozinha as filhas Anay e Janaína. Chegou a ser casada por quatro anos e teve um outro longo relacionamento, de 17 anos. Nenhum parceiro, porém, acompanhou-a por tanto tempo quanto o rádio de pilha. Deitava-se para dormir com ele debaixo do travesseiro e levantava-se com ele sussurrando ao seu ouvido.
“Ela amava o que fazia. Tinha muito contato com os ouvintes e sempre os tratou como amigos. Ia até a almoços com eles, gostava muito dessa troca de carinho e fazia questão de retribuir”, afirma Janaína Carrelo Molon, uma de suas filhas.
Sua última emissora foi a Iguatemi, em 2015. No final da vida, tinha o amor maior do mundo por Júlia, sua neta de oito anos. No último dia 14, um infarto a tirou do ar aos 72 anos, deixando soar apenas a saudade de tantos amigos, parentes e admiradores.
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