Aos 4 anos de idade, a pequena Edwiges Caleffi já era órfã de pai e mãe. Filhos de imigrantes italianos, seus pais, Maria Tonolli e Mário Caleffi, morreram em um intervalo de dois anos, deixando a menina e seu irmão mais velho, José Caleffi, aos cuidados de parentes na cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo.
Quando completou 20 anos, ela decidiu seguir a vocação religiosa e ingressou no Mosteiro da Luz, na capital paulista, onde passou a ser conhecida como madre Maria Beatriz do Espírito Santo.
Foram 23 anos dedicados aos trabalhos no marco religioso de São Paulo até ter sido transferida para a cidade de Ponta Grossa, no Paraná, para fundar um novo mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição, da qual era integrante. No Mosteiro Portaceli, foi eleita abadessa diversas vezes pela comunidade e exerceu o cargo por 35 anos, até o fim do ano passado.
Em agradecimento ao sucesso da empreitada de fundar o mosteiro na cidade paranaense, a madre Maria Beatriz dedicou 25 anos de trabalho para traduzir a obra da irmã espanhola Maria de Jesus de Ágreda a Nossa Senhora Aparecida.
O trabalho foi publicado em quatro volumes sob o pseudônimo Maristela, adotado no restante de suas publicações, entre elas, um livro dedicado a contar a história de frei Galvão.
Ela também escreveu sobre a vida de Santa Beatriz, fundadora da ordem religiosa de origem espanhola da qual fazia parte e que existe há 500 anos. A escrita sempre fez parte de sua vida em clausura, que previa sair do mosteiro apenas para tratamentos médicos.
A madre estava internada em hospital de Ponta Grossa, onde contraiu uma infecção hospitalar e faleceu no último dia 14 aos 96 anos. Ela deixou o sobrinho Fernando e as irmãs de clausura.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.