'Não vi entidade de direitos humanos se manifestar', diz Doria sobre mortes de PMs

Dois policiais morreram no final de semana em São Paulo

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São Paulo

O governador João Doria (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (6) que não viu nenhuma entidade de direitos humanos se manifestar sobre as recentes mortes de policiais no estado de São Paulo.

"É curioso, quando há alguma outra circunstância, inclusive de morte de bandido, as entidades que defendem os direitos humanos, ou várias delas, se manifestam", disse. "Eu não vi nenhuma manifestação de nenhuma entidade que defende direitos humanos da crueldade como foram assassinados."

 

Ele expressou solidariedade aos familiares dos PMs e afirmou que toda a inteligência das forças de segurança de São Paulo está envolvida na investigação do caso.

 
"Muito provavelmente a polícia vai encontrar os assassinos e eles serão punidos."
 
Integrantes da cúpula da Polícia Militar de São Paulo e da Promotoria trabalham com a possibilidade de que a morte de dois policiais da Rota nos últimos dias seja represália do crime organizado contra ação que deixou 11 mortos em abril, em Guararema, na região metropolitana de São Paulo.
 
Os dois PMs foram atacados e mortos, em um intervalo de dez dias, após a ação considerada pelo governador João Doria (PSDB) como “um murro no estômago da facção criminosa”.
 
Nenhum deles esteve, porém, em Guararema.
 
O primeiro PM vítima foi Daniel Gonçalves Corrêa, 43, morto em Santos, no dia 25 de abril. Ele havia completado 21 anos de PM três dias antes de sua morte e estava na Rota desde fevereiro de 2007. Corrêa era casado e tinha dois filhos.
 
O PM estava de folga, parado na calçada falando ao telefone, quando um criminoso atirou em sua nuca dele. O bandido realizou mais dois disparos e fugiu.
 
O segundo ataque teve como alvo o cabo da PM Fernando Flávio Flores, 38, morto com cerca de 30 tiros na porta de casa no sábado (4), na zona sul da capital.
 
Flores estava na PM havia quase 19 anos, a maior parte deles —13 anos— na Rota. Era casado, pais de três filhos, todos menores de idade, e, segundo colegas dele da polícia, era considerado uma pessoa "de que todo mundo gostava”.
 
Colegas afirmaram que o cabo foi ameaçado por um criminoso “há cerca de dois anos”, mas que ameaças desse tipo seriam corriqueiras para PMs da Rota.
 
No domingo (5), o soldado Fábio de Oliveira Silva, 40, foi morto no Jardim São Luís, também na zona sul. 

Segundo a PM, o soldado, que estava de folga, envolveu-se em uma briga em um bar na rua Joaquim Dias. Durante a confusão, baleou dois homens, um na mão e outro na perna.

Enquanto os suspeitos eram socorridos, o soldado foi desarmado e levado a uma viela, onde foi baleado no rosto com a própria arma e morreu. Policiais descartam a ligação da morte de Silva com os outros casos.

Nas redes sociais, o senador Major Olímpio (PSL) convocou aos PMs para redobrarem a atenção e munição, e “sentar o dedo nesses malditos”. 

No último dia 10 de abril, o Condepe (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana) divulgou nota em repúdio à decisão de Doria de condecorar policiais que mataram 11 criminosos em Guararema.

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