Descrição de chapéu Rio de Janeiro

Parte de túnel desaba, chuva deixa trânsito caótico, e Rio entra em estágio de crise

Caminho liga as zonas sul e oeste da cidade; avenida Niemeyer já estava bloqueada desde quinta

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Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro entrou em estágio de crise, o mais grave na escala da prefeitura, às 12h35 desta sexta (17), após chuvas deixarem o trânsito caótico e uma estrutura do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas cair sobre um ônibus na Gávea, na zona sul carioca. Segundo os bombeiros, não houve feridos.

É a terceira vez que o município atinge esse estado neste ano, somando 13 dias em crise. As outras vezes foram em fevereiro e no início de abril, quando temporais deixaram dez mortos e mais de mil desalojados em soterramentos, deslizamentos e enxurradas. O prefeito Marcelo Crivella (PRB) chegou a reconhecer que falhou ao não prever os problemas.

Nesta sexta, o município já estava em estágio de atenção pelas chuvas desde as 10h55, depois que um acidente entre um ônibus e uma moto terminou em uma morte e travou o tráfego no túnel Rebouças, que liga a zona sul ao centro e à zona norte da cidade. A vítima era Carlos Jorge H. Júnior, 45. O túnel foi liberado por volta das 14h.

Estrutura do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, que cedeu com a chuva no Rio de Janeiro
Estrutura do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, que cedeu com a chuva no Rio de Janeiro - AFP

O motorista do ônibus que foi atingido pelo desabamento da cobertura, Thiago dos Santos, disse ao portal G1 que teve que se jogar embaixo do volante. "Estava engarrafado, eu vi desmoronando e aí eu pedi passagem, e ninguém queria parar. Eu joguei o ônibus na frente quando tudo desmoronou em cima do ônibus. Eu me joguei embaixo do volante", afirmou.

O estágio de crise é o terceiro nível em uma escala de três. Isso indica que ao menos uma grave ocorrência ou evento inesperado de grande porte está causando algum tipo de transtorno na cidade ou que o risco de alagamentos e deslizamentos devido a chuvas é alto.

Segundo o Centro de Operações municipal, o trânsito na cidade chegou a ficar 3,4 vezes mais intenso que o normal: foram registrados 133 km de congestionamento por volta das 13h, sendo que a média para o horário nas últimas três sextas-feiras foi de 39 km.

A prefeitura foi chamada, desde quarta (15), para remover ao menos 28 árvores caídas e desobstruir cerca de 30 pontos com bolsões d'água. A situação ainda fez Marcelo Crivella pedir aos servidores públicos municipais que encerrem o expediente mais cedo nesta sexta, para diminuir o rush do fim da tarde.

A prefeitura recomendou que os motoristas evitem trafegar entre as zonas sul e oeste. As opções para quem precisar fazer o trajeto são a Linha Amarela, o Alto da Boa Vista, a estrada Grajaú-Jacarepaguá e o metrô —que estendeu sua operação até 2h e registrou um aumento de 20% no número de passageiros.

Isso porque, desde a manhã de quinta (16), a avenida Niemeyer, outra via principal de ligação entre as duas regiões, também ficou totalmente bloqueada depois que um deslizamento de terra tomou a pista pela segunda vez em aproximadamente um mês. A avenida foi reaberta na noite desta sexta, com operação especial de trânsito.

Na noite desta sexta, agentes da prefeitura ainda trabalhavam para desobstruir o túnel usando um guindaste. O prefeito afirmou à imprensa que o desabamento ocorreu pelo peso da terra que caiu em cima da cobertura do túnel. 

“Não foi por falha na estrutura, foi um deslizamento de terra de mais ou menos 30 toneladas caídas sobre a viga", disse. Segundo ele, a estrutura principal não foi abalada. "Essa 'telha' [que caiu] só tem a responsabilidade de segurar o peso próprio e impedir que o som dos carros passe. Ela não foi calculada para receber 30 toneladas de terra", afirmou.

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