Com 5 anos de atraso, governo de SP começará obra de hospital na cracolândia

Governador João Doria anunciou também reforma de 1.384 escolas públicas de São Paulo

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São Paulo

As obras do hospital Pérola Byington, que será transferido para a região da cracolândia, no centro de São Paulo, devem começar nos próximos dias, com cinco anos de atraso, disse o governador de São Paulo, João Doria, neste sábado (1º).

Quando a PPP (parceria público-privada) que construirá o hospital foi contratada, em 2014, a estimativa era de que a unidade fosse concluída em até três anos, em 2017. Agora, o novo prédio do hospital, que é referência em saúde da mulher, deve ficar para 2022.

O vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia, afirma que o atraso ocorreu pela “complexidade da desapropriação” do terreno onde ficará o hospital, com cerca de 10 mil m².

“Todo mundo sabe que o centro de São Paulo tem uma complexidade fundiária, de você achar quem é o verdadeiro dono. E o Estado tem que agir dentro da legalidade”, justificou Garcia. “Então demorou mais do que a gente esperava, mas o importante é que a obra está começando agora nos próximos dias.”

O quarteirão onde o hospital será construído é uma Zeis (Zona Especial de Interesse Social), classificação do plano diretor da cidade para áreas onde há favelas e comunidades pobres, por exemplo. Nessas zonas, qualquer mudança deve ser aprovada por um conselho gestor, formado por moradores e governo.

Na quadra do hospital, havia ocupações, pensões e comércios, cujas desapropriações e demolições, em abril de 2018, geraram protestos.

A cracolândia, onde centenas de dependentes químicos compram e usam droga a céu aberto, está no foco do poder público e passa por intensas transformações, com construção de habitações populares, reforma de praças e a construção deste hospital, entre outras mudanças.

Neste sábado, o prefeito Bruno Covas (PSDB) assinou decreto em que cede ao governo uma parte do terreno do hospital que era da prefeitura.

O governo calcula, a partir de agora, um investimento total de R$ 306,7 milhões, entre construção e equipamentos. O hospital terá 148 leitos de internação e 10 de UTI. A obra é tocada pela Inova Saúde, da Construcap.

REFORMA DE ESCOLAS E PRAÇAS

Doria anunciou neste sábado também a reforma de 1.384 escolas públicas do estado de São Paulo, sob um investimento de R$ 1,1 bilhão. O programa foi batizado de “Escola +bonita”.

Segundo o governo, essas escolas são as que necessitam de reformas mais urgentes, entre as 5.300 unidades do estado. “Óbvio que não atende a totalidade das escolas, mas atende as escolas cujo levantamento indicou como as mais prementes para as intervenções de reforma”, disse Doria.

A reforma de 630 escolas começa já neste ano, e custará R$ 439 milhões. O restante será feito em 2020 e 2021.

Do total que será reforma, 324 escolas ficam na capital, 271 na região metropolitana e 789 no interior de SP.

O governador anunciou ainda, ao lado do prefeito da capital, Bruno Covas, o programa “SP +bonito”, que possibilita que empresas privadas adotem e recuperem áreas verdes. O programa começará na capital, com 200 praças, e será ampliado para as cidades com mais de 250 mil habitantes no interior.

As empresas como contrapartida poderão colocar placas nos locais reformados. Até agora, se interessaram companhias como Sabesp, Comgás, IBM e Movida, entre outras.

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