Descrição de chapéu Obituário Wellington Medrado (1990 - 2019)

Mortes: Rodou o mundo para jogar bola e se aposentar no sertão

Com passagem por Londrina, Portuguesa e Tupi, Lelinho atuou ainda na Tailândia e em Portugal

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Quando os tempos ficavam bicudos, Wellington Medrado pensava em um terreno que teria em Petrolina, no sertão pernambucano. Um bananeiral. Maracujazeiros também. Alguns bois e vacas, talvez. Sua mãe, sua noiva. Era do que desfrutaria na aposentadoria. Guardava dinheiro para isso. E então seguia adiante, puxando a corda para chegar nesse destino.

Wellington Medrado, comemorando gol, vivia sonho de ser jogador de futebol
Wellington Medrado, comemorando gol, vivia sonho de ser jogador de futebol - Arquivo pessoal/Facebook

Desde pequeno, sempre soube que seria jogador de futebol. Filho único, era chamado de Lelinho pelas irmãs da mãe, Lenita.

E foi pela bola que saiu de Petrolina e tornou-se um migrante do futebol, trocando de endereço à medida que surgiam as oportunidades de entrar nos gramados —sempre muito diferentes do que se vê na televisão.

Nas divisões de base e nos anos iniciais da carreira adulta, o meia passou por Londrina, no Paraná; pela Portuguesa, em São Paulo; pelo Tupi, em Minas Gerais.

Em 2014, aos 24, iniciou o périplo internacional, atuando pelo Lampang, da Tailândia.

Em Portugal, onde chegou em 2015, começou a jogar por diversos clubes semi-profissionais. Estava, atualmente, no Centro Desportivo e Cultural de Carção, na divisão de honra da Associação de Futebol de Bragança.

Com a ajuda de um amigo conseguiu um bico de salva-vidas após o fim da temporada. Cuidava das piscinas de clube em Odivelas, Grande Lisboa.

"Ele tinha que ficar olhando as crianças, ver se não tinha perigo de caírem na água. Era o primeiro bico dele, não costumava fazer isso", diz sua mãe.

O português Antonio Forneiro era o seu treinador e o descreve como uma pessoa de "personalidade forte".
"Era frontal, sabia o que queria da vida, pois fez tudo o que podia para defender as coisas em que acreditava", diz.

Morreu no último dia 4, aos 28, após sofrer uma parada cardíaca enquanto trabalhava nas piscinas. Deixa sua noiva, Sarah.


coluna.obituario@grupofolha.com.br

Veja os anúncios de mortes

Veja os anúncios de missas​​

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.