Parada do Orgulho LGBT de São Paulo teve 18 pessoas detidas

Suspeitos foram detidos por envolvimento com roubo e furto de celulares

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São Paulo

A 23ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo terminou com 18 pessoas detidas, segundo balanço da Secretaria de Segurança Pública da gestão Doria (PSDB).

O evento atraiu milhares de pessoas à avenida Paulista neste domingo (23), e relembrou os 50 anos da revolta de Stonewall, marco do ativismo LGBT.

Segundo a pasta da segurança, os detidos foram presos, na maioria dos casos, por crimes de roubo e furto de celulares.

As polícias Civil e Militar informaram que apreenderam com os suspeitos 14 celulares. Os aparelhos estão sob a guarda da Polícia Civil.

Pouco mais de 800 policiais militares e agentes da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância dos 3º, 4º e 78º Dps, além de um contingente da Equipe de Intervenção Estratégica, atuaram na Parada.

A Polícia Militar, a responsável por estimar o público presente em grandes eventos, não divulgou o número de participantes desta edição da Parada LGBT paulistana.

Já os organizadores disseram que ao menos 3 milhões de pessoas estiveram na passeata, considerada a maior do gênero no mundo.

Em 2012, quando a estimativa da organização chegou a 4 milhões de presentes, pesquisa Datafolha contou cerca de 270 mil.

Segundo o instituto, a lotação máxima do trecho Paulista-Consolação (trajeto da Parada) só comporta 1,5 milhão de pessoas, isso em um cálculo superestimado: com sete pessoas por metro quadrado, aperto semelhante ao enfrentando no metrô no horário de pico.

TOM POLÍTICO

Sem as grandes polêmicas que marcaram outras edições, esta edição da Parada LGBT mesclou tom político e de micareta patrocinada.

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) foi alvo de críticas por parte do público que tomou a avenida Paulista. No entanto, em um evento com trios patrocinados e com celebridades, o protesto acabou sendo diluído pelo clima de festa.

A parada teve trios comandados por shows de artistas como Iza, Mc Pocahontas, Luísa Sonza, Fantine, Lexa e da drag queen Gloria Groove, entre outras. A principal atração internacional foi Mel C, que levantou a Paulista com o hit "Wannabe", das Spice Girls.

STONEWALL

A revolta de Stonewall aconteceu há 50 anos quando LGBTs de Nova York puseram fim às agressões que sofriam em batidas policiais realizadas num bar da cidade, o Stonewall Inn.

O grupo resistiu por três dias em 1969, numa época em que se relacionar com pessoas do mesmo sexo era ilegal em todos os estados americanos.

O movimento estimulou uma marcha sem volta de LGBTs por mais igualdade de direitos em várias partes do mundo.

De acordo com Cláudia Regina dos Santos Garcia, presidente da APOGLBT (entidade que organiza a Parada), relembrar Stonewall é urgente. “O tema calhou muito com as tentativas de retrocesso pelas quais o Brasil está vivenciando hoje”, disse.

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