Crescem casos de sarampo, e Saúde amplia vacinação para ABC, Osasco e Guarulhos

Na capital, a campanha só atingiu 1,62% de 2,9 milhões de paulistanos com idade entre 15 a 29 anos

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São Paulo

A Secretaria de Estado da Saúde vai ampliar para outras cinco cidades da Grande São Paulo a imunização contra sarampo nos jovens na faixa de 15 a 29 anos, considerada mais vulnerável a infecções. 

Em 2019, até o momento, foram confirmados 206 casos de sarampo no estado de São Paulo. Mais de 66% desse total se concentram na capital, com 137 casos —59 a mais do que havia sido computado até a última segunda (1º) pela cidade de São Paulo.

Na capital paulista, a campanha que acontece desde 10 de junho só conseguiu atingir 47 mil pessoas, 1,62% de 2,9 milhões de paulistanos com idade entre 15 a 29 anos,

Nos municípios de Guarulhos (5 casos), Osasco (2), São Bernardo do Campo (7), Santo André (12) e São Caetano do Sul, as campanhas de vacinação devem acontecer a partir de 11 de julho. Foram solicitadas ao Ministério da Saúde doses extras da vacina. 

 

Os jovens entre 15 e 29 anos respondem por 47,5% dos casos no estado, embora representem cerca de 20% da população paulista.

Segundo Regiane de Paula, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica estadual, essa faixa etária é considerada mais vulnerável a infecções porque procurou menos pela segunda dose da vacina. A imunização deve ser feita de forma indiscriminada nesse público, ou seja, sem obrigatoriedade de apresentação da carteira vacinal.

Outros 36 casos (17,5%) são de crianças com menos de 12 meses, público já abrangido na rotina pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que prevê administração da tríplice viral aos 12 meses, e um reforço aos 15 meses com a tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela).

"Ano passado, tivemos no estado uma alta cobertura de vacinação desse público, 95%, mas algumas crianças não foram imunizadas mesmo a vacina estando disponível. São famílias que militam contra a vacinação ou que deixaram de ver a doença como um problema e relaxaram na prevenção", diz ela.

Os profissionais de saúde das redes pública e privada também devem estar imunizados, considerando a possibilidade de contato com pessoas infectadas, segundo De Paula. Ela afirma que há casos registrados entre funcionários de hospitais privados.

Segundo a secretaria, o objetivo é imunizar, nas cinco cidades, mais de 900 mil jovens e adultos. No dia 20 de julho haverá um Dia D de imunização, e o governo do estado diz que dará suporte financeiro aos municípios para a ação.

Além disso, a secretaria está firmando parcerias para fortalecer a campanha em curso na capital e ampliar o alcance nos novos municípios. 

Na Baixada Santista, que concentra 24 casos, a campanha de vacinação em curso imunizou até o momento 65 mil dos 91 mil jovens de 15 a 29 anos, 71,4% do público-alvo.

Organizações públicas e privadas estão sendo mobilizadas pela pasta, no sentido de ajudarem as prefeituras a alcançar com mais facilidade essa população, com ações de vacinação em parques, metrô, rodoviárias, residências, hospitais, bem como escolas e universidades no período de volta às aulas, por exemplo. As secretarias de estado da Educação e Transportes Metropolitanos serão apoiadoras da campanha

Estão previstos ainda treinamentos online e presenciais para profissionais de saúde, visando o aperfeiçoamento das ações de vigilância, com foco em: hipótese diagnostica oportuna, manejo clínico adequado, coleta e envio de amostras biológicas, notificação para ações de bloqueio e varredura em tempo hábil (até 72h).

​A vacina tríplice viral protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Há contraindicação para gestantes e imunodeprimidos, como pessoas submetidas a tratamento de leucemia e pacientes oncológicos.

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