Duas turistas morrem em acidente de barco em Maragogi, no litoral de Alagoas

Embarcação era irregular e navegava em horário impróprio, segundo associação turística

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Rio de Janeiro

Duas turistas morreram num acidente de catamarã em Maragogi, balneário do estado de Alagoas. Cerca de 60 pessoas estavam na embarcação.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, Lucimar Gomes da Silva, 68, e Maria de Fátima da Silveira, 65, morreram por afogamento. As duas eram do Ceará e passavam férias em Maragogi, conhecida pela costa repleta de corais.

As causas do acidente ainda não foram confirmadas. As hipóteses são um dano na embarcação, que permitiu a entrada da água, ou uma colisão com uma pedra no local.

De acordo com os bombeiros, os primeiros socorros foram prestados pelos próprios banhistas e embarcações da região.

A Associação de Proprietários de Catamarãs de Maragogi e a Prefeitura de Maragogi afirmaram, em nota, que a embarcação envolvida no acidente não possuía autorização para atividades turísticas.

Embarcação que naufragou em Maragogi (AL) deixando mortas duas turistas do Ceará - Divulgação/Corpo de Bombeiros)

Maragogi faz parte da APA (Área de Proteção Ambiental) Costa dos Corais, onde a atividade turística é controlada pelo ICMBio em conjunto com a prefeitura.

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a embarcação envolvida no acidente teve a autorização para atividades turísticas cancelada em dezembro de 2018. O secretário Gabriel Vasconcelos afirma que a empresa responsável pelo catamarã é a Maragalés. 

A Maragalés afirmou ser a responsável pela embarcação, mas não pelo oferecimento do passeio turístico. Segundo a empresa, o catamarã foi cedido à empresa Orla Turismo. A Folha não conseguiu contato com essa segunda empresa.

De acordo com o advogado da associação, Renato Scalco, desde a regulamentação da exploração turística na Costa dos Corais em 2016, diversas empresas sem autorização para atuar na APA vêm obtendo liminares para continuar suas atividades. Ele afirma, contudo, que no fim do ano passado todas as autorizações judiciais foram canceladas.

Scalco diz ainda que na área em que a embarcação estava, na piscina Taocas, era permitido apenas 42 passageiro —menos do que os 60 presentes no catamarã. O advogado aponta ainda que a Capitania dos Portos havia emitido alerta de tempo ruim no mar da região, informação confirmada tanto pela Marinha como pelo secretário de Meio Ambiente.

"Na hora do acidente, só tinha aquela embarcação no mar", disse Vasconcelos.

"A Associação em sintonia com as autoridades municipais vem atuando diligente e incansavelmente pelas vias judicial, por meio de diversas ações, e administrativa para coibir a atuação de embarcações irregulares. Solidários com as vítimas, cumpre-nos frisar que o transporte aquaviário realizado em Maragogi por operadores credenciados e legalizados atendem a todos os mais altos padrões de segurança marítima e ambiental, sendo seguro e alinhado a ações de preservação ambiental inerentes aos objetivos da APA Costa dos Corais", diz a nota da associação de catamarãs.

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