Frio e umidade fazem nevar em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul

Fenômeno foi registrado nas cidades de Canela, Gramado e São Joaquim, entre outras

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Rio de Janeiro

As previsões acertaram. O frio e a umidade fizeram nevar em algumas cidades do Sul do país na noite desta sexta (5) e madrugada deste sábado (6) e alegraram turistas que se deslocaram só para ver o fenômeno de perto nas serras do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
 
Na primeira região, uma neve leve foi relatada nas cidades de Gramado, Canela, São Francisco de Paula, Riozinho, São José dos Ausentes, Pinheiro Machado e Cambará do Sul, principalmente entre 22h e 0h de sexta, segundo a Somar Meteorologia, que faz previsão do tempo. Em Pelotas, ela caiu mais cedo, no início da tarde.
 
Já na região catarinense, a rodovia da Serra do Rio do Rastro chegou a ser interditada por causa da camada de gelo que se formou sobre o asfalto. Houve relatos e vídeos também em Bom Jardim da Serra e São Joaquim, uma das cidades mais gélidas do Brasil. Na sexta, os termômetros marcaram -5ºC ali, e as árvores amanheceram cobertas de gelo. 

 

A previsão de neve para o final de semana no município fez com que 1.700 dos cerca de 2.000 leitos do município fossem ocupados, segundo a secretária municipal do Turismo, Indústria e Comércio, Adriana Schlichting de Martin. “Moradores disponibilizaram quartos e casas para aluguel”, diz ela. 
 
Turistas madrugaram para ver os flocos na praça principal da cidade. São chamados de "caçadores de neve" pela meteorologista Laura Rodrigues, do Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC).
 
"Como estava previsto, a neve ocorreu de forma pontual e em curto periodo de tempo, como normalmente acontece no Sul do Brasil. Por isso o pessoal fica procurando para ver onde vai acontecer. Fica acordado, se deslocando. Não tem os caçadores de tornado no exterior? Aqui tem os caçadores de neve", brinca.
 
Ela explica que o fenômeno depende de duas condições: o frio, que demorou a chegar neste ano mas veio com uma massa de ar gelada, e a umidade, que foi alta na sexta à noite por causa de um ciclone vindo do mar. "Em São Joaquim, por exemplo, estava -3°C e a umidade estava mais elevada", diz.
 
Agora, porém, as condições para que se tenha neve passaram, segundo a meteorologista. "O ciclone já se afastou da costa. Agora o que fica é a paisagem da geada, que já aconteceu no estado, e o frio intenso nas madrugadas no Centro-sul, com temperaturas de 1°C ou 2°C na serra catarinense. O mar continua agitado por causa do ciclone e traz a tainha, peixe típico da região."
 
Com os termômetros baixos, além do turismo, as cidades se mobilizam na frente social. Em São Borja, por exemplo, cidade gaúcha na fronteira com a Argentina, a Secretaria de Desenvolvimento Social organizou o projeto “Cabide Solidário”. As roupas doadas são dispostas para que as pessoas em vulnerabilidade possam escolher o que necessitam, como se fosse uma compra.
 
Em Porto Alegre, o clube de futebol Internacional abriu as portas do ginásio Gigantinho para abrigar a população em situação de rua neste final de semana, que pode ser um dos mais frios do ano. Com auxílio de voluntários e empresas, a prefeitura recebe doações e servirá refeições. A ação foi inspirada em campanha similar realizada pelo clube River Plate, da Argentina.

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